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domingo, 22 de setembro de 2013

Journal Club IBA: O papel regulador dos neutrófilos nas respostas de células T


Já não é novidade que os neutrófilos são células da imunidade inata que representam a primeira linha de defesa contra patógenos. Com o passar tempo, cada vez mais nos deparamos com trabalhos descrevendo funções inusitadas dessas células. Não foi à toa que, aqui mesmo no blog, nossos colegas já escreveram sobre esse “camaleão da imunologia” (http://blogdasbi.blogspot.com.br/2012/03/journal-club-iba-neutrofilos-o-camaleao.html).
Respondendo a indagação dos nossos colegas “E qual será a próxima forma dos neutrófilos???”, viemos contar a novidade do nosso journal dessa semana. E não é que os neutrófilos migram para os linfonodos?! Pois bem, as primeiras evidências começam a surgir a partir de 2005 com um trabalho publicado na Blood que mostrou uma rápida migração de neutrófilos para os linfonodos drenantes após injeção com BCG (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15886329). Trabalhos posteriores de outros grupos, utilizando diferentes modelos, vieram corroborar esses achados (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16835380; http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18718768). Mas então, qual o papel dos neutrófilos nos linfonodos? Yang e colaboradores (2010 - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20679530), utilizando modelos de camundongos depletados de neutrófilos ou geneticamente neutropênicos, demonstraram efeitos supressores dessas células em respostas de linfócitos T CD4 e B a antígenos proteicos formulados em adjuvantes. Dois mecanismos foram propostos como responsáveis por essa modulação: o primeiro envolvendo a competição por antígenos pelos neutrófilos e APCs, e o segundo envolvendo uma redução na interação entre células dendríticas (DCs) e linfócitos T.
Foi então que o trabalho tema do journal (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23337807) veio complementar esses resultados demonstrando o papel supressor dos neutrófilos na modulação da magnitude e propagação  das respostas de células T após imunização com antígenos proteicos. Interessante, foi visto que os neutrófilos migram para os linfonodos drenantes em duas ondas distintas (uma via linfa e a outra via sangue) de maneira dependente de prostanóides. Lá eles são as principais células que controlam a saída dos linfócitos T (propagação para os linfonodos distais) através da produção de tromboxano A2. Embora na presença de neutrófilos aproximadamente 75% da resposta fique restrita ao linfonodo drenante, na sua ausência, a maior parte é encontrada nos linfonodos distais. Além disso, o trabalho traz um mecanismo de saída de células dos linfonodos, independente, mas complementar ao já bem descrito via S1P (sphingosine-1 phosphate).
Na verdade, estas novas descobertas também levantam novas questões!!! Tais incertezas incluem o grau de diversidade e plasticidade dos neutrófilos e sua, assim como sua relevância na ativação e regulação de respostas imunológicas adaptativas. Por fim, encerramos novamente com a mesma pergunta: E qual será a próxima forma dos neutrófilos???”.


Figura 1. Esquema representativo do controle da magnitude e propagação da resposta imunológica pelos neutrófilos.




Post de Luciana Chain Veronez e 
Taise Landgraf (FMRP-USP/IBA)


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Um comentário:

  1. Parabéns pela estrutura e todo o conteúdo do blog!
    mdf
    www.centralcaixas.com arte em mdf.
    Lhe manda um forte abraço,e quando puder faça-nos uma visita.
    tchau tchau....

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