Já não é novidade que os
neutrófilos são células da imunidade inata que representam a primeira linha de
defesa contra patógenos. Com o passar tempo, cada vez mais nos deparamos com
trabalhos descrevendo funções inusitadas dessas células. Não foi à toa que,
aqui mesmo no blog, nossos colegas já escreveram sobre esse “camaleão da
imunologia” (http://blogdasbi.blogspot.com.br/2012/03/journal-club-iba-neutrofilos-o-camaleao.html).
Respondendo a
indagação dos nossos colegas “E qual será a próxima forma dos neutrófilos???”,
viemos contar a novidade do
nosso journal dessa semana. E não é
que os neutrófilos migram para os linfonodos?! Pois bem, as primeiras
evidências começam a surgir a partir de 2005 com um trabalho publicado na Blood que mostrou uma rápida migração de
neutrófilos para os linfonodos drenantes após injeção com BCG (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15886329). Trabalhos posteriores de outros
grupos, utilizando diferentes modelos, vieram corroborar esses achados (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16835380; http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18718768). Mas então, qual o papel dos
neutrófilos nos linfonodos? Yang e colaboradores (2010 - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20679530), utilizando modelos de
camundongos depletados de neutrófilos ou geneticamente neutropênicos,
demonstraram efeitos supressores dessas células em respostas de linfócitos T
CD4 e B a antígenos proteicos formulados em adjuvantes. Dois mecanismos foram
propostos como responsáveis por essa modulação: o primeiro envolvendo a
competição por antígenos pelos neutrófilos e APCs, e o segundo envolvendo uma
redução na interação entre células dendríticas (DCs) e linfócitos T.
Foi então que o trabalho tema
do journal (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23337807) veio
complementar esses resultados demonstrando o papel supressor dos neutrófilos na
modulação da magnitude e propagação das respostas
de células T após imunização com antígenos proteicos. Interessante, foi visto
que os neutrófilos migram para os linfonodos drenantes em duas ondas distintas
(uma via linfa e a outra via sangue) de maneira dependente de prostanóides. Lá
eles são as principais células que controlam a saída dos linfócitos T (propagação
para os linfonodos distais) através da produção de tromboxano A2. Embora na
presença de neutrófilos aproximadamente 75% da resposta fique restrita ao
linfonodo drenante, na sua ausência, a maior parte é encontrada nos linfonodos
distais. Além disso, o trabalho traz um mecanismo de saída de células dos
linfonodos, independente, mas complementar ao já bem descrito via S1P (sphingosine-1 phosphate).
Na verdade, estas novas
descobertas também levantam novas questões!!! Tais incertezas incluem o grau de
diversidade e plasticidade dos neutrófilos e sua, assim como sua relevância na
ativação e regulação de respostas imunológicas adaptativas. Por fim, encerramos
novamente com a mesma pergunta: “E qual será a
próxima forma dos neutrófilos???”.
Figura 1. Esquema representativo do controle da magnitude e propagação da
resposta imunológica pelos neutrófilos.
Post de Luciana Chain Veronez e
Taise Landgraf (FMRP-USP/IBA)
Parabéns pela estrutura e todo o conteúdo do blog!
ResponderExcluirmdf
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Lhe manda um forte abraço,e quando puder faça-nos uma visita.
tchau tchau....