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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Esta não é uma forma aceitável de financiar a C&T

Caros, por favor, vejam a mensagem que recebi do Professor Mineo:


Caro João, bom dia.
Cheguei ontem a noite de uma daquelas reuniões do CTC que você bem conhece.
Dentre vários assuntos extra-pauta que foram discutidos, o Saldiva da FMUSP apresentou na plenária a notícia veiculada esta semana no Estado de São Paulo o financiamento concedido pelo MEC este ano ao Miguel Nicolelis, sem que nenhum processo de análise de mérito pelos pares fosse conduzido. 
Foi interessante a colocação feita por ele, porque comparou o tempo e esforço que é dispendido na análise de projetos e propostas para várias agências, como CNPq, Capes, FAPs, etc., com custos muito menores, sendo que "pelas portas do fundo" se consegue aprovação sem análise pelos pares.
Caso você julgue pertinente, favor endereçar esta mensagem a possíveis interessados em ser signatários do documento anexo. Para estes interessados, enviar um email para pepino@usp.br.
Tentei colocar esta notícia como comentário no post do Barral no SBlogI desta semana, mas não consegui.
Abraços.
Mineo

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5 comentários:

  1. Caro Mineo,
    Os comentários do SBlogI não são restritos nem moderados. Deve ter ocorrido um problema transitório no sistema.
    Abraço,
    Barral

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    Respostas
    1. Caro Barral,
      acredito que foi algum problema que tive com o navegador que estava utilizando. Agora, está tudo certo.
      Àqueles que tenham interesse em tomar ciência da minuta do documento elaborado pelo Saldiva, segue o texto abaixo:
      "O processo de desenvolvimento do conhecimento científico e o financiamento à pesquisa em nível internacional se dão, desde os primórdios, através do julgamento de pares. Igualmente o progresso da ciência brasileira tem, como uma das suas forças motrizes, a consolidação de um longo e sistemático processo de avaliação de mérito por pares. Recursos de agências de fomento (CNPq, CAPES, FAPs, etc.), avaliação de programas de pós-graduação e formulação de políticas voltadas para o avanço científico têm sido, ao longo das últimas décadas, objeto de cuidadoso processo de avaliação, em que cientistas avaliam cientistas.
      No dia 4 de novembro foi divulgada a notícia sobre a assinatura de um contrato entre o MEC e o Instituto de Ensino e Pesquisa Alberto Santos Dumont, com a aprovação de recursos da ordem de R$250.000.000,00 (duzentos e cinquenta milhões de reais) destinados à implantação e financiamento do Campus do Cérebro na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Soube-se disso por meio da mídia e confirmou-se com sua publicação no Diário Oficial da União
      A destinação de recursos dessa monta para uma iniciativa pontual, sem que, até onde se sabe, tenha passado pelos trâmites consolidados pela política científica vigente, representa um fato extremamente grave e merecedor de esclarecimentos. Tal precedente é visto como mais grave ainda por viver-se um momento em que há problemas de financiamento de projetos de pesquisa importantes no país.
      Em vista do exposto, os signatários desse documento entendem que esse é um ato de retrocesso que atinge a todos aqueles que acreditam que a gestão de recursos para o fomento científico devem obedecer a uma avaliação impessoal e criteriosa por parte dos órgãos de fomentos. Assim, solicitam esclarecimentos e eventual revisão de tal medida, em respeito e em benefício da ciência nacional."

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  2. Caro Mineo,

    também ficamos estarrecidos ao ver esta notícia no jornal!
    Acho q a SBI assim como todas as sociedades científicas nacionais deveriam exigir esclareciemntos ao MEC e a eventual revisão da medida.

    Abs,

    Maria.

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  3. Fiquei sabendo da noticia e pelo Sidarta, se o Herton do Estadão não anuncia na grande imprensa ninguém fica sabendo, um absurdo.
    Concordo com a Maria, acho que um pedido pelas sociedades também é importante... Posso falar com os presidentes das outras Santuza, Marina Martinez, Samuel Goldenberg, etc...

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  4. Esse tipo de notícia deve ser anunciada (denunciada?) aos quatro ventos. Num momento de retração de financiamento para pesquisa (por exemplo, uma maior dificuldade em se conseguir aprovação de projetos e bolsas FAPESP), um pesquisador receber um dinheiro desses, mesmo que para construção de um instituto, é no mínimo muito estranho. Quero muito acreditar que o fato de o pesquisador em questão ser apoiador e propagandista ferrenho do partido que detém o poder atualmente não tenha tido nada a ver com a decisão.

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