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domingo, 1 de março de 2015

β-defensina 1 é importante para conferir resistência em modelo de infecção oral por Candida albicans


Candida albicans é uma espécie de fungo diploide que causa  alguns tipos de infecções orais e vaginais em humanos. Esse microorganismo normalmente não costuma provocar quadros graves em pacientes saudáveis, mas pode se tornar perigoso caso o indivíduo se torne imunocomprometido. Desse modo, o fungo pode atingir órgãos internos e provocar infecção grave e generalizada.
Nesse contexto, já é descrito que os peptídeos antimicrobianos (do inglês, antimicrobial peptides, AMPs) produzidos pelo tecido epitelial do hospedeiro estão associados à resistência e ao killing de micro-organismos. Pacientes que apresentam deficiência em produzir AMPs geralmente são mais suscetíveis a diversas infecções fúngicas e bacterianas.
Jeffrey Tomalka e colaboradores (2015), demonstraram em modelo de infecção oral por Candida albicans que camundongos deficientes para β-defensina 1, apresentaram elevada disseminação fúngica sistêmica e no trato gastrointestinal, em relação aos animais selvagens.  Isso se deve ao fato de que a resposta está associada à expressão diminuída de citocinas importantes para o recrutamento leucocitário, como IL-1β, IL-6, KC e IL-17. No tecido bucal, a migração de neutrófilos, avaliada por microscopia confocal, revelou que animais geneticamente deficientes também apresentaram menor recrutamento desse subtipo celular.
Por fim, foi visto ainda que β-defensina 1 está associado à manutenção de outros AMPs importantes.  Animais deficientes expressavam β-defensina 2, 4 e catelicidina de forma diminuída, com nenhuma diferença significativa para β-defensina 3 e β-defensina 14.
Esse estudo demonstrou a importância de β-defensina 1 em conferir resistência em modelo de infecção fúngica por via oral. Nesse sentido, β-defensina 1 estaria envolvida no recrutamento leucocitário, bem como na modulação de expressão de genes importantes para o processo inflamatório. A partir dessa descoberta, o peptídeo β-defensina 1 se torna um potente alvo terapêutico para o desenvolvimento de novos medicamentos eficazes para contenção de infecções causadas por Candida albicans.

Post de Pedro Oliveira (mestrado FMRP/IBA)

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