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terça-feira, 12 de março de 2013

Lectinas e Imunoterapia


Fonte: : DIESNER, S. C.  et al. Use of lectin-functionalized particles for oral immunotherapy. Ther Deliv, v. 3, n. 2, p. 277-90, Feb 2012. ISSN 2041-5990 (Print) 2041-5990 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22834202 >. 


Lectinas são proteínas que possuem pelo menos um domínio não catalítico capaz de se ligar de modo reversível a mono ou oligossacarídeos (Peumans et al. 1998). Essas moléculas aparecem cada vez mais no vocabulário de pesquisadores e professores da área de Imunologia. Antes, olhávamos essas biomoléculas como ferramentas de reconhecimento de micro-organismos na imunidade inata. Essa característica perpassa estudos de ontogenia do sistema imune até a demonstração clínica da importância  de moléculas como a MBL (mannose biding lectin) em pacientes imunodeficientes (Parikh P, Kooragayalu S, Jariwala S, 2013). Além disso estudamos a via de ativação do complemento por lectinas (MASP-1 e 2) e muitas outras moléculas como citocinas, integrinas, selectinas, etc, que são também, a rigor, lectinas.

Se observarmos as publicações que testam lectinas vegetais em modelos in vitro e in vivo entenderemos como essas moléculas possuem muitas características importantes que vão desde de a indução de linfoproliferação, descrita inicialmente por Nowell em 1960 para a PHA,  até atividades biológicas como indução da produção de Óxido Nítrico e interferon gamma por macrófagos, liberação de histamina por mastócitos, indução de apoptose (Cavada et al., 2001) até estudos de imunomodulação (Reis et al., 2008).

Nos últimos anos, alguns artigos vem abordando a possibilidade do uso de lectinas, por sua especificidade fina por carboidratos, como uma ferramenta para Drug Delivery. De fato, os carboidratos têm se revelado como chaves moleculares importantes nas interações células-célula e um artigo recente, publicado na revista Therapeutic Delivery
 intitulado  “Use of lectin-functionalized particles for oral immunotherapy” demostra o potencial das lectinas  como agentes pró-imunoterapia, tornando funcionais partículas poliméricas (MPs ou NPs) via indução da ligação destas a células epiteliais intestinais, Células M, macrófagos dentre outras. WGA, lectina de trigo específica por N-acetilglicosamina (GlcNAc) faz o endereçamento para enterócitos, enquanto ConA, lectina mais estudada no mundo específica por glicose/manose além de interagir com epitélio é capaz de se ligar a células do sistema imunológico ativando macrófagos, elevando a expressão de TLRs e citocinas. Outras lectinas específicas por fucose, como as isoladas de Ulex europeaus e Lotus tetragonolobus estão sendo testadas com sucesso na indução de imunidade mucosa para antígenos do vírus da hepatite B.

Vale a pena dar uma olhada no artigo Clique aqui


Referências:

Van Damme EJM, Peumans WJ, Barral A, Rougè P. Plant lectins: a composite
of several distinct families of structurally and evolutionary related proteins
with diverse biological roles. Critical Review in Plant Sciences 1998;17:
575–692.

1389-2037 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12370020 >.

0001-706X (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18579103 >.



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Um comentário:

  1. Edson Teixeira, autor do texto acima, é Professor da Universidade Federal do Ceará e novo colaborador aqui do blog. Bem-vindo!

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