Como se já não bastassem os dados alarmantes da epidemia de obesidade em humanos – nos Estados Unidos essa é a primeira geração em que os filhos provavelmente viverão menos que seus pais por doenças associadas a obesidade – agora são os animais de laboratório que estão engordando.
Foi o que mostrou um estudo publicado na última quarta-feira na revista Proceedings of the Royal Society B, liderado por David B. Allison, da Universidade do Alabama. O grupo avaliou 24 populações distintas (machos e fêmeas), representando oito espécies, num total de 20 mil animais: primatas e roedores usados em pesquisa, gatos e cachorros domésticos e ratos de centros urbanos. No caso de camundongos de laboratório, os pesquisadores basearam suas análises em estudos do National Toxicology Programme, comparando o peso dos animais em 1982 e 2005. Observaram que os camundongos aumentaram 10% do seu peso por década.
Como os autores observaram uma tendência de ganhar peso em animais de diferentes espécies, vivendo em condições distintas, eles argumentaram que dieta e exercício físico não conseguem explicar a epidemia de obesidade. Para eles, é preciso entender melhor a influência de patógenos virais, fatores epigenéticos, no ganho de peso observado mundo afora.
Mas cuidado. Jaap Seidell, pesquisador da University Medical Center em Amsterdam, disse à Nature que Allison e colaboradores, por receberem financiamento de indústrias farmacêuticas envolvidas com obesidade, podem estar querendo desviar a atenção da importância dos exercícios físicos e dieta. "A pílula da obesidade".
Fragilidades e conflitos de interesse à parte, o trabalho levantou uma discussão interessante. Leia o paper (aqui) e a reportagem da Nature (aqui) e avalie se o debate é relevante.
Gostei deste trecho:
ResponderExcluir"dieta e exercício físico não conseguem explicar a epidemia de obesidade. Para eles, é preciso entender melhor a influência de patógenos virais, fatores epigenéticos, no ganho de peso "
Nem tudo está perdido. Espero algo semelhante no homem. Vou poder colocar a culpa nos outros fatores e continuar sem exercício e com dieta livre.
Pois é, Barral... bem que eu gostaria de acreditar nisso também. Contudo, com o nosso conhecimento científico atual, ainda acredito mais no comentário da Nature.
ResponderExcluirNeste sentido, deposito toda a minha esperança que os pesquisadores da área encontrarão uma cura para preguiça...