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quarta-feira, 5 de maio de 2010

A IMPORTÂNCIA DE TALENTOS ESTRANGEIROS PARA A INOVAÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS




Post de Sandra Regina Costa Maruyama.
Doutoranda, Imunologia Básica e Aplicada, FMRP/USP.


Na seção CAREERS AND RECRUITMENT do periódico Nature Biotechnology Yeonji No e John P. Walsh ,Georgia Institute of Technology, Atlanta, Georgia, USA, fizeram um levantamento sobre o impacto de estrangeiros no sistema de inovação norteamericana. A panorâmica sugere que cientistas e engenheiros estrangeiros possuem maior papel na produção científica e de inovação nos Estados Unidos (US) do que os próprios norteamericanos. O levantamento foi realizado a partir de dados de inventores envolvendo mais de 1.900 patentes representativas (válidas nos US, Europa e Japão). A avaliação das invenções no cenário inovador não se limitou apenas aos setores high-tech, mas considerou também invenções nos setores biomédico e biotecnológico.


Os resultados revelam que quase 30% dos inventores (líder do grupo) são estrangeiros. Pouco? Não. Muito pelo contrário. Essa taxa é muito relevante, quando consideramos o tamanho da população de cientistas residentes nos US, proporcionalmente, os estrangeiros contribuem muito mais para a inovação científica e tecnológica norte-americana. Isto é, uma minoria, non-US born, que produz MUITO. Pesquisando pela origem desses cientistas inventores, os dados mostram que a maioria são chineses e indianos. Surpresa? Nenhuma, China e Índia são os grandes “exportadores de cérebros” há tempos. Dados para outras nacionalidades podem ser vistas na Figura abaixo Essa desproporcional contribuição de inventores estrangeiros para o sistema de inovação nos US também pode ser observada por parâmetros que avaliam a produtividade científica.



Figure 1: Country of origin for triadic patent inventors, 2000–2003.

Levantamentos como este podem despertar interesses diversos e visões contrárias. Por um lado, as políticas de permanência e liberação de vistos de estrangeiros (principalmente para os altamente qualificados) podem passar a ser um processo menos complicado, já que em 2001 após o “11 de setembro”, as normas de entrada nos US se tornaram mais restritivas. Assim, haveria uma menor barreira para esses profissionais poderem atuar e contribuir para o avanço high-tech dos US. Entretanto, informações como estas precisam ser vistas com cuidado pelos órgãos competentes, pois podem afetar negativamente esses imigrantes altamente qualificados através da diminuição de investimentos em suas pesquisas, na tentativa de estimular mais a produção dos cientistas norteamericanos. Segundo os autores do estudo é necessário o estímulo dos US a esses imigrantes, pois políticas contrárias podem refletir nos benefícios econômicos obtidos a partir das inovações desenvolvidas por pesquisadores estrangeiros. Por fim, a competição crescente de outros países por esses estrangeiros pode levar a mobilização desses profissionais para locais mais receptivos, resultando em uma significante perda no sistema de inovação norteamericano e aumento da competitividade no avanço tecnológico.

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