Bastante comentado em meios de divulgação científicos e jornalísticos, um trabalho publicado na Science no dia 20 de Maio por Daniel Gibson e colaboradores do J. Craig Venter Institute, Estados Unidos, mostra resultados impressionantes que abrem perspectivas fascinantes na área de engenharia genética, biologia celular, vacinologia e muitas outras.
O grupo relata o desenho, síntese e montagem do genoma de uma bactéria (Mycoplasma mycoides 1,08 Mbp JCVI-syn1.0) a partir de informações da seqüência do genoma digitalizadas. Em seguida, os pesquisadoras transplantaram este genoma para uma célula de Mycoplasma capricolum receptora para criar novas células Mycoplasma mycoides que são controladas apenas pelo genoma sintético. O único DNA presente nas células resultantes do experimento é a seqüência de DNA sintética projetada, incluindo “sequências marcadoras” (“watermarks”) e outras depleções e polimorfismos propositadamente desenhados, além de mutações adquiridas durante o processo de construção. As novas células têm propriedades fenotípicas compatíveis com o esperado para a bactéria Mycoplasma mycoides e são capazes de auto-replicação contínua.
O uso futuro desta técnica pode fazer possível a criação de “super- células”, além de trazer a promessa de otimizar a confecção de animais de experimentação mutantes, entre outras coisas. Até agora, há uma intensa discussão sobre o que o uso indiscriminado ou com ética obscura das informações contidas neste trabalho pode trazer para humanidade. Quais seriam as conseqüências disso?
Quais seriam os outros benefícios/malefícios do uso de células com o genoma completamente sintético?
O trabalho pode ser acessado livremente no site da Science
Fonte: Gibson DG et al. Science 2010. DOI 10.1126/science.1190719
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