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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Tumor, Calor, Dor, Rubor: Uma batalha entre o bem e o mal

              
               Capa da ScienceVol. 339 no. 6116 p. 155 - DOI: 10.1126/science.339.6116.155


A Science acaba de publicar uma edição especial em inflamação e nada melhor do que começar 2013 falando sobre um tema tão interessante e que cada vez mais parece ter um papel crucial em múltiplas patologias. Tumor, calor, dor e rubor são os chamados sinais cardinais da inflamação. São sinais frequentemente observados quando por exemplo espetamos um dedo num prego. É uma resposta protetora cheia de boas intenções que aparece na tentativa de eliminar o agente agressor e reparar o local lesado. Quando isso acontece em poucos dias os sintomas desaparecem. É essencial à vida uma vez que evita que um simples corte nos mate. Entretanto como uma resposta tão bem intencionada pode se tornar maléfica? Quando a resposta inflamatória não consegue per se eliminar o agente agressor, ou quando a lesão tem uma causa desconhecida ou auto imune, ela pode contribuir substancialmente para a patogênese de várias doenças. Então podemos entender o Yin-Yang da inflamação, ou seja, sua dualidade. Não poderíamos viver sem ela e é a própria que acaba por muitas vezes complicando nossas vidas ou nos deixando gravemente doentes. 
       
Nesta edição da Science há destaque para três artigos. O primeiro de Aguzzi e colaboradores (Science, 339, 6116, 156) discute como a microglia (células semelhantes a macrófagos no cérebro), apesar de ter um papel no agravamento de doenças neurodegenerativas tais como Alzheimer, doenças causadas por prion e lesões cerebrais,  também parece desempenhar uma função protetora e de reparo do tecido cerebral. 
         
O segundo artigo publicado por Swirski e colaboradores (Science, 339, 6116, 161) discute o papel dual dos leucócitos na aterosclerose e no infarto do miocárdio. Apesar de serem importantes para o reparo tecidual cardíaco após um ataque, a mobilização leucocitária pode agravar a aterosclerose e levar a um novo infarto.  

No terceiro artigo da série, Odegaard e Chawla (Science, 339, 6116, 172) discutem como a inflamação associada à obesidade contribui para doenças metabólicas, mas também ressaltam a importância da resposta imune na  manutenção da sensibilidade à insulina. 

Por fim, do ponto de vista da filosofia do Yin-Yang poderíamos concluir que não existe luz sem escuridão. 

A edição está bastante interessante e provocativa. Vale a pena dar uma olhada !!!!

Muitas discussões Yin-Yang para todos em 2013!!!!

Abraço

Josiane

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