Os
macrófagos são essenciais para a imunidade e podem adotar perfis diferentes
dependendo do microambiente. A ativação clássica dos macrófagos (M1) depende principalmente
do IFNγ em combinação com TNF, e da ativação de STAT 1. Enquanto a ativação
alternativa dos macrófagos (M2) depende principalmente de IL-4 e IL-13 e da
regulação de STAT 6. Os macrófagos M1 são inflamatórios e possuem um importante
papel contra patógenos intracelulares e tumores. Os macrófagos M2 promovem a
reparação tecidual, homeostase, prevenção da aterosclerose e são importantes na
imunidade a helmintos (1, 2).
O
estudo dos macrófagos M2 foi retratado mês passado neste blog, mostrando que células
tumorais polariza-os através da produção do ácido láctico (aqui) e há poucos dias foi demonstrado o espectro de diferenciação dos macrófagos (aqui),
e mais uma vez neste blog iremos abordar como sugestão de leitura a polarização
dessas células.
A
polarização dos macrófagos M2 é dependente da oxidação de ácidos graxos (FAO - fatty acid oxidation), onde estas
células utilizam a FAO para o metabolismo oxidativo mitocondrial. A fonte
destes ácidos graxos até então não estava clara, até a publicação neste mês na Nature Immunology (3), onde verificaram que a captação de
triacilglicerol através de sua lipólise pela lipase ácida lisossomal (LAL) e do
receptor scavenger CD36 (Receptor
para a endocitose de partículas ricas em triagliceróis como LDL e VLDL; este
receptor é induzido em macrófagos pela IL-4), foram essenciais para a ativação dos
macrófagos M2. Com isso, aumentou a fosforilação oxidativa, prolongando a
sobrevida e expressão de genes destes macrófagos. A inibição da lipólise
bloqueou a resposta protetora a parasitos helmínticos (H. polygyrus) no modelo em camundongos C57BL6. Sugerindo que a
captação e lipólise dos triacilgliceróis poderiam servir para gerar ácidos
graxos pela FAO, facilitar a oxidação destes ácidos e programar a ativação de
macrófagos M2.
Estes
resultados, como outros que surgiram e estão surgindo, auxiliam na abordagem
terapêutica em doenças nas quais macrófagos M2 têm efeitos tanto prejudiciais quanto
protetores, inclusive no controle da homeostasia, na proteção contra a
obesidade e na resistência à insulina. Recomendo a leitura da revisão de 2011
da Ajay Chawla (4)
para entender alguma destas funções dos macrófagos.
Boa
leitura a todos
Referências:
Post por Clayson Moura Gomes, Doutorando do PPGMTSP/UFG
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