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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Resultados do "Projeto Imunologia nas Escolas" Em Salvador, Bahia


O Dia Internacional da Imunologia, 29 de abril de 2014, foi comemorado no Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (CPqGM) - Fiocruz Bahia, como coroação das atividades e eventos programados durante o ano de 2013 e início de 2014, pelo Projeto Imunologia nas Escolas. Recebemos a proposta da Coordenadora Regional Dra Theolis Bessa (CPqGM-FIOCRUZ) e do Coordenador Executivo Nacional, Daniel Manzoni, que junto com o Dr João Paulo do Carmo, colaborador convidado a participar da coordenação, iniciaram reuniões periódicas, inclusive por Skype, uma vez que Daniel Manzoni fica a maior parte do tempo no InCOR-USP, de onde dirige o Projeto em escala nacional. Estas primeiras reuniões serviram para estabelecer diretrizes e parâmetros para implementar o projeto na regional Salvador, inclusive com a escolha do material a ser utilizado, produzido e fornecido pelo próprio Dr Daniel Manzoni.
O Dr Daniel Manzoni veio “a campo” no final de outubro do ano passado dar uma palestra inicial na FIOCRUZ-Bahia sobre a experiência do projeto em São Paulo e como esta iniciativa poderia trazer benefícios para o tripé ensino, pesquisa e extensão no CPqGM e em Salvador. Apesar de haver poucos ouvintes no dia dessa palestra (havia outra quase que simultânea), os cerca de 10 presentes mostraram-se interessados desde o início e o que se viu no dia 29 foi o auge, a apoteose das atividades. Eu (João Carmo), Dr Daniel Manzoni, Dr Ricardo Riccio, Dra Theolis Bessa, Dr Antônio Brotas, Dr Manoel Barral-Netto, os pós-graduandos Jaílton Azevedo, Jurema Cunha, Kelvin Edson, Maíra Santos, Priscila Guerra, Sayonara Melo, Yuri Tabajara e as professoras de Ciências e Biologia do Luís Viana, Cibele Fernandes e Simone Bernardes, participamos ativamente desde o início.
No começo de 2014, a Dra Theolis Bessa saiu de licença-maternidade e não poderia coordenar o projeto fisicamente, a não ser a distância. Para isso, recebi a incumbência de intermediar e transmitir o que aprendemos na coordenação para o Dr Ricardo RIccio, que passou a ser então o coordenador interino, enquanto a Dra Theolis Bessa estivesse ausente. Para esta iniciativa, foram selecionados alunos do primeiro ano do Colégio Estadual Luís Viana, sendo que os professores do colégio receberam treinamento na escola sobre as atividades a serem praticadas com os alunos. Dentre outras atividades, foram distribuídos questionários para os alunos e os 40 melhores foram selecionados para palestras e visitas aos laboratórios do CPqGM, realizadas no dia 29.
No início do dia, houve uma palestra introdutória sobre a fisiologia do sistema imune, antes de adentrar nos 4 temas específicos seguintes. Nesse dia, simultaneamente à palestra, foram montados rodízios de 4 mesas com 4 pós-graduandos, que foram responsáveis por ministrar, em seguida à palestra, os seguintes temas para os alunos: 1. Bacteriologia (Jaílton Azevedo), 2. Anticorpos (Sayonara Melo), 3. Tipagem Sanguínea (Yuri Tabajara) e 4. Parasitologia (Kelvin Edson). Estes rodízios consistiam em demonstrações práticas de testes de rotina utilizados em laboratório que se baseiam nas reações antígeno-anticorpo ou de aglutinação (sistema ABO) e visualização de parasitas ao microscópio óptico (fotos). Os outros pós-graduandos estiveram à disposição como apoio, para assistir os ministrantes quando necessário. Os estudantes se mostraram ativamente interessados, fazendo perguntas e pedindo pra ver as amostras ao microscópio. O evento foi um sucesso!
Dos 16 alunos finalistas, alguns serão selecionados conforme a necessidade de cada laboratório e a disponibilidade de bolsas PIBIC-Jr, que consiste em dar um treinamento inicial a estes alunos que eventualmente tenham se interessado por pesquisa. A nossa experiência, e de acordo com pesquisas realizadas pelo próprio INCT/iii, é que os alunos que têm interesse em pesquisa e recebem este tipo de treinamento já no colégio, serão não só cientistas como profissionais melhores, tanto para o mercado de trabalho que escolherem (Biologia, Biomedicina, Farmácia, Química, Medicina, etc) como para a vida, como seres humanos. Segundo Ricardo Riccio, “o mais interessante do programa é a proposta de popularização do conhecimento científico, o estímulo à construção de conhecimentos estruturantes na biologia e imunologia e o despertar do interesse pela pesquisa”.
O Projeto Imunologia nas Escolas – em Salvador – não acaba no dia 29 de abril de 2014, este dia foi só o começo, um marco, um divisor de águas na educação pública. Outras atividades estão programadas para 2014 e incluem os temas “Vacinas”, “HIV/AIDS” e o “Mundo Microscópico”. Aos poucos, como esperado, mais e mais pessoas se interessam pelo projeto e decidem participar, num interessante efeito multiplicador, uma faísca que inflama e se propaga. Esperamos contribuir assim também num futuro não muito distante, dentre outros fatores, para diminuir a necessidade das cotas artificiais para os mais vulneráveis socialmente, uma vez que mais e mais estudantes, outrora excluídos, passam a ser incluídos por esse programa. E que esse futuro não demore muito pra chegar.

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