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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Outras Questões para a Nova Ciência Brasileira

Post de Fernando Spiller,
Professor recém-contratado - UFSC

O panorama da Ciência Brasileira realmente mudou muito nos últimos anos como postado aqui no blog pela Profa. Patricia Bozza em 7 de dezembro (Ciência Brasileira em Foco na Science).

Além das dificuldades e desafios apontados pelo texto publicado na Science (http://www.sciencemag.org/content/330/6009/1306.full) outro problema que a sociedade e a ciência brasileira devem enfrentar é o que fazer com os novos doutores formados no Brasil? É notável que as Instituições de Ensino Superior (IES) no nosso país não têm capacidade de absorver toda essa mão de obra qualificada que está sendo produzida anualmente. Esse assunto já vem sendo discutido pela sociedade e governo, mas precisamos discutir (e realizar) ações mais concretas.

A maioria dos empregos no Brasil são oferecidos por pequenas empresas, e por que não fazer o mesmo no meio científico - acadêmico? Uma das soluções talvez fosse ampliar o número de incubadoras ou criar parques tecnológicos nas IES.

Esse problema deve ser tema constante de debate nas pós-graduações, afinal são elas as responsáveis pela formação dessa mão de obra-qualificada. A falta de emprego para os novos doutores deve ser apresentado para os pós-graduandos, assim como as soluções e desafios (ações concretas) para a absorção dessa mão de obra formada principalmente pela própria instituição. Na área das ciências biológicas, a visão de empreendedorismo carece em nossos cientistas e também em nossos programas de pós-graduação.
Esse é só mais um desafio para a nova ciência brasileira. Qual a solução? Pequenas empresas com bases tecnológicas?

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Um comentário:

  1. Salve Salve Spiller,

    Primeiro, tudo de bom para voce agora nas bandas de Floripa nessa nova fase de sua vida.

    Seu post é interessante. Considero ele completamente ligado ao post do Dr. Sergio Lira, postado semana passada e denominado "Ämanhã de manhã". Por que não fazemos animais transgenicos? Por que não temos empresas de biotecnologia com capacidade de absorção de mão de obra qualificada? O efeito classico da ausencia desse tipo de empresa no Brasil é a dependencia de importações, tanto de animais como de reagentes que, junto com a burocracia brasileira, cria o cenario que todos conhecemos.
    Um exemplo que cito são anticorpos. O premio Nobel para tecnologia de hibridomas para obtenção de anticorpos monoclonais fez 26 anos em 2010 (Jerne, Milstein e Köhler, 1984). Será que escalonar uma tecnologia desse tipo para produzir anticorpos de qualidade em larga escala é tão difícil assim? Será que um dia teremos indústrias brasileiras que forneçam anticorpos de qualidade (assim como outros reagentes, algimas Sigma-Aldrich "tupiniquins")? Ou, talvez, a ciencia brasileira não tenha consumo suficiente para justificar a instalação de empresas desse tipo? Recentemente a Fapesp tem apoiado algumas microempresas, no modelo de incubadoras, dentro do programa PIPE. Quem sabe, no futuro, não usaremos reagentes “Made in Brasil” e, finalmente, sem a necessidade da temida importação e ao mesmo tempo empregando mão de obra qualificada, igualmente "made in Brazil", matando dois coelho com uma cajadada só.

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