segunda-feira, 31 de maio de 2010
Microengraving quantitativo: a saída para estudos de células individuais?
Não faltam técnicas para que imunologistas estudem células isoladas: single-cell PCR, Elispot, citometria de fluxo aliada a marcação intracelular ou microbeads, e por aí vai.
Seguramente, cada um dos métodos quantitativos que avaliam a frequência, magnitude e número de citocinas produzidas por células individuais tem suas limitações. Christopher Love, em trabalho publicado na edição de 7 de junho do Lab on Chip, descreve alguns entraves dos principais métodos e defende o microengraving (“microimpressão”) quantitativo como a solução para estudos de células individuais.
A técnica consiste no confinamento temporário de células em micropoços cúbicos com aresta de 50 micrômetros. É tudo micro. Assumindo 10 micrômetros como o diâmetro da célula, a ideia é que a célula fique “apertada” mesmo, suspensa em microvolumes de meio de cultura. Em cada micropoço, uma célula, previamente estimulada (ou não) com seu antígeno de interesse. Os micropoços são cobertos por uma tampa de vidro contendo anticorpos para detectar citocinas (ou qualquer outra proteína) secretadas pelas células. Após um período curto de incubação, que pode variar de três a 120 minutos, o slide de vidro é removido e analisado com os mesmos aparatos de microarrays. Assim, ao plaquear de dez mil a cem mil linfócitos, por exemplo, é possível calcular a frequência e a magnitude da resposta de células reativas a determinado antígeno. Além disso, as células de interesse podem ser resgatadas para subsequente expansão in vitro, continuando os experimentos de caracterização fenotípica e estabelecimento de linhagens e clones.
O pesquisador do MIT e seus colaboradores pretendem usar a metodologia para melhorar o diagnóstico de alergias a alimentos. Quem tem filho em escola norte-americana sabe da enorme preocupação com alergias e das inúmeras regras para os ambientes nut-free. Parte da preocupacão é injustificada. Segundo o NIAID (National Institute of Allergy and Infectious Diseases), 30% dos norte-americanos acreditam ter algum tipo de alergia alimentar, mas pesquisa recente mostrou que este numero é próximo de 5%. A falta de confiança nos testes cutâneos colabora para tal percepção errônea.
Vamos acompanhar de perto o trabalho do grupo, que agora fechou uma parceria com Dale Umetsu, do Children’s Hospital, em Boston. Utilizando a técnica de microengraving, os cientistas pretendem avaliar se a dessensibilização de crianças alérgicas a leite altera a resposta celular.
domingo, 30 de maio de 2010
Alelos de HLA, repertório de células T e imunidade contra o HIV
Um novo estudo baseado em modelagem computacional traz um importante avanço na compreensão de mecanismos imunológicos responsáveis pelo controle da infecção pelo HIV. Andrej Košmrlj e colaboradores (Ragon Institute, MIT e Harvard) tentaram responder uma pergunta simples de resposta até agora pouco conhecida: Por que determinados indivíduos podem controlar a infecção pelo HIV durante longos períodos de tempo sem a terapia anti-retroviral?
Os autores publicaram um paper na Nature no qual afirmam que a expressão do alelo HLA-B57 por esses indivíduos naturalmente imunes ao HIV gera um repertório de células T CD8+ naïve que apresenta uma maior fração de células que reconhecem o vírus. Além disso, essas células apresentam maior reação cruzada para epítopos virais mutantes, o que pode contribuir para um melhor controle do HIV.
A capacidade em relação ao controle da infecção pelo HIV tem sido associada à expressão de determinados alelos HLA-B, por exemplo, HLA-B57 está associado com o controle do vírus, enquanto o HLA-B7 é associado com rápida progressão para a AIDS. Algoritmos que predizem o número de peptídeos do proteoma humano que podem se ligar a esses alelos revelaram que o HLA-B57 liga-se a muito menos peptídeos do que o alelo HLA-B7 (70.000 e 180.000, respectivamente). Isto sugere que as células T restritas ao HLA-B57 encontram menos peptídeos self durante o desenvolvimento do timo.
Com o objetivo de explorar o efeito desta diversidade menor do repertório peptídico no timo sobre as células T maduras, os autores desenvolveram um modelo in silico de seleção tímica em que o número de peptídeos self varia. Em seguida, eles avaliaram a reatividade cruzada das células T selecionadas através da introdução de mutações nos peptídeos virais que sabidamente determinam os resíduos de contato que são importantes para o reconhecimento antigênico. Os cálculos mostraram que um repertório de células T restritas ao HLA-B57 tem mais células T que reconhecem peptídeos virais do que um repertório de células T restritas pelo alelo HLA que apresentam uma maior diversidade de peptídeos no timo.
Estes resultados são consistentes com estudos anteriores de desenvolvimento de repertório em camundongos e sugere que as células T restritas ao HLA-B57 podem reconhecer epítopos peptídicos virais com um maior número de mutações pontuais. O aparecimento destes epítopos mutantes pode ocorrer durante a infecção, gerando variantes resistentes à drogas ou ainda que aceleram a progressão da doença. A hipótese descrita no estudo é corroborada por dados experimentais que demonstram que células T CD8+ de pacientes HLA-B57+ eram mais reativas a diferentes epítopos mutantes do HIV do que as células dos pacientes que expressam HLA-B8 (que é associado com rápida progressão para a AIDS e liga-se uma maior diversidade de peptídeos self).
Apesar de serem benéficas no tratamento da infecção viral, as células T restritas pelo alelo HLA que se ligam a menos peptídeos (como HLA-B57 e HLA-B27) estão sujeitas a uma seleção negativa menos rigorosa no timo. Isto pode trazer desfechos desagradáveis, como o aumento de chance de ocorrência de doenças autoimunes.
Vale a pena dar uma conferida no trabalho.
sábado, 29 de maio de 2010
Copa do Mundo de Produção Científica - Brasil muito bem na primeira fase
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Keystone symposia – Immunological Mechanisms of Vaccination
Os simpósios Keystone foram iniciados em 1972, e atualmente oferecem 50 congressos por ano em todas as áreas de ciências biomédicas. Esses simpósios são bastante específicos e contam com aproximadamente 250 participantes apenas, propiciando ótimas oportunidades de se conectar e discutir o seu trabalho com os grandes nomes da sua área. Quem já foi a um simpósio do Keystone sabe que é imperdível, para quem não conhece vale a pena conferir. Quem se anima?
quinta-feira, 27 de maio de 2010
“Assinatura” molecular do linfócito TCD8+ como biomarcador para doença auto-imune
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Cuidado com os fungos: anuros estão sendo extintos!!!!
por Fabrine Sales Massafera Tristão
(doutoranda, Imunologia Básica e Aplicada, FMRP, USP)
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Sensores bacterianos de pH
Comentarios sobre a Conferencia de Rolf Zinkernagel na FIOCRUZ-Bahia
- Uma apresentação de conceitos fundamentais, mais que uma apresentação extensiva de dados. Bem adaptada, assim, a uma audiência que incluia de estudantes de graduação a cientistassenior e composta, principalmente, de não imunologistas;
- Um forte espírito crítico sobre o planejamento experimental, sobre a interpretação dos resultados e sobre as conclusões;
- Sempre interpretar as conclusões tendo em vista a perspectiva da evolução das espécies – homem e microrganismo;
- Excelente didática, com raciocínio bem encadeado e com um humor fino, bem dosado e totalmente integrado ao tema.
- Na pesquisa médica em geral, e na de vacinas em particular, a necessidade de resultados práticos com benefício. Este aspecto apareceu várias vezes e pode ser bem representado pela frase: “By the end of the day, are the legs up or down?”.
- Para manter a perspectiva do benefício, a distinção entre imunologia e imunidade;
- Somos capazes de desenvolver anticorpos protetores contras as infecções capazes de matar antes dos 25 a 30 anos, mas não para as doenças graves após esta idade;
- Todas as vacinas eficazes se baseiam em anticorpos efetivos;
- As limitações que temos na avaliação da resposta humoral: avaliação de resposta contra os antígenos apropriados vs alvos irrelevantes (ruído); a detecção de anticorpos contra epitopos muito limitados quando as respostas neutralizantes respondem a alvos maiores; o baixo limite de detecção para avaliação das resposta aos antígenos relevantes.
- Se a evolução não foi capaz de selecionar um mecanismo protetor, será que podemos, utilizando a mesma abordagem, conseguir? Ou seja, para as doenças letais após os 25 anos parece ser mais prático procurar drogas eficazes (um mecanismo diferente do utilizado pela evolução) que uma vacina eficaz.
domingo, 23 de maio de 2010
Qualidade dos resultados de PCR em tempo real em questão: É hora de um maior rigor dos dados apresentados?
Um comentário recente na Nature Medicine (doi:10.1038/nm0410-349) trás uma discussão interessante sobre a qualidade dos resultados produzidos, bem como a forma de apresentação dos ensaios de PCR em tempo real (qPCR).
A técnica de PCR em tempo real se tornou o método de escolha para a detecção e quantificação de ácidos nucléicos com inúmeras aplicações na pesquisa, diagnóstico e medicina forense; e é largamente empregada na área de imunologia. Entretanto, falhas nas condições de preparo das amostras, problemas no desenho do estudo e metodologias de análise de dados inapropriadas tem resultado em um grande número de publicações com resultados inconsistentes, irrelevantes ou que não possibilitam a reprodução adequada dos dados apresentados.
Em vista disso, um grupo de pesquisadores de diferentes instituições se juntou para elaborar uma proposta de diretrizes para a publicação de resultados de qPCR chamado de Minimum Information for Publication of Quantitative Real-Time PCR Experiments (MIQE) (Bustin et al. 2009 Clin. Chem. 55, 611–622, 2009; Bustin 2010, Methods 50, 217–226, 2010).
Apesar da moioria dos pesquisadores concordarem que uma melhora na padronização dos ensaios de qPCR é necessária, nem todos os pesquisadores estão convencidos que a implementação do MIQE é a melhor saída. Alguns periódicos científicos começam a adotar as diretrizes do MIQE incluindo os periódicos editados pela BMC (BioMed Central), porém ainda não como uma exigência clara aos autores. Entretanto outros periódicos aguardam uma maior adesão e concordância da comunidade científica. Vale a pena conferir.
sábado, 22 de maio de 2010
Criação de uma célula bacteriana controlada por uma genoma sintético
Bastante comentado em meios de divulgação científicos e jornalísticos, um trabalho publicado na Science no dia 20 de Maio por Daniel Gibson e colaboradores do J. Craig Venter Institute, Estados Unidos, mostra resultados impressionantes que abrem perspectivas fascinantes na área de engenharia genética, biologia celular, vacinologia e muitas outras.
O grupo relata o desenho, síntese e montagem do genoma de uma bactéria (Mycoplasma mycoides 1,08 Mbp JCVI-syn1.0) a partir de informações da seqüência do genoma digitalizadas. Em seguida, os pesquisadoras transplantaram este genoma para uma célula de Mycoplasma capricolum receptora para criar novas células Mycoplasma mycoides que são controladas apenas pelo genoma sintético. O único DNA presente nas células resultantes do experimento é a seqüência de DNA sintética projetada, incluindo “sequências marcadoras” (“watermarks”) e outras depleções e polimorfismos propositadamente desenhados, além de mutações adquiridas durante o processo de construção. As novas células têm propriedades fenotípicas compatíveis com o esperado para a bactéria Mycoplasma mycoides e são capazes de auto-replicação contínua.
O uso futuro desta técnica pode fazer possível a criação de “super- células”, além de trazer a promessa de otimizar a confecção de animais de experimentação mutantes, entre outras coisas. Até agora, há uma intensa discussão sobre o que o uso indiscriminado ou com ética obscura das informações contidas neste trabalho pode trazer para humanidade. Quais seriam as conseqüências disso?
Quais seriam os outros benefícios/malefícios do uso de células com o genoma completamente sintético?
O trabalho pode ser acessado livremente no site da Science
Fonte: Gibson DG et al. Science 2010. DOI 10.1126/science.1190719
O sistema de contratação e avaliação de professores e pesquisadores
Uma questão em particular parece menos consensual, o sistema de contratação e principalmente de dispensa de professores e pesquisadores. Nos últimos anos temos observado que os concursos são cada vez mais disputados, havendo indiscutivelmente um grande número de pessoas muito bem qualificadas disputando as vagas nas diversas instituições publicas brasileiras. Em geral, os concursos são corretos, com bancas altamente qualificadas e pouca ingerência institucional no trabalho das bancas. Podemos questionar se o sistema de avaliação com provas e aulas teóricas e avaliação do Curriculum Vitae/memorial é o mais adequado para a contratação de professores/pesquisadores. Apesar da idoneidade do processo de avaliação, ainda há no Brasil uma grande tradição endogenista. A contratação de pesquisadores egressos das próprias pós-graduações ou que tenham feito pós-doutorado nestas instituições é uma prática comum ou talvez até hegemônica. Acredito que evitar esta prática aumentaria a independência dos pesquisadores recém-contratados. Considerando a grande competição destes concursos, tem havido uma mudança gradual no perfil dos aprovados. Cada vez mais vemos que pesquisadores que retornam de pós-doutorados no exterior são mais competitivos nestes concursos. Com isso vemos uma tendência de reduçao da endogenia.
Ao entramos nas instituições públicas recebemos um aval de 30 à 35 anos de estabilidade como funcionários públicos. É verdade que existe um período probatório de 3 anos. Entretanto, este período é absurdamente curto para avaliar o desempenho de um pesquisador se estabelecendo em uma instituição de pesquisa. Esse período é ainda mais irrisório ao considerarmos que a maioria das instituições não oferece um enxoval para os pesquisadores recém-contratados (laboratório, equipamentos e insumos). As instituições solicitam vagas, contratam mais professores, mas não oferecem condições de trabalho adequadas. Talvez em função disso, as instituições também não cobrem desempenho. Uma solução seria o investimentos em laboratórios intermediários. Neste sistema, as instituições disponibilizam laboratórios coletivos e equipados, que permitam aos novos pesquisadores o estabelecimento precoce de suas linhas e grupos de pesquisa próprios. O financiamento destes laboratórios viria da própria instituição em parceria com as agências de fomento federais e estaduais. O período probatório deveria ser estendido para algo como 5 anos, com a possibilidade de uma renovação. Portanto, apos cerca de 10 anos haveria uma avaliação para a fixação definitiva do pesquisador. Nos próximos anos o Brasil vai ter mais recursos, mais profissionais capacitados e mais instituições de pesquisa. É hora de pensar mais seriamente não questão da estabilidade do emprego no funcionalismo público em instituições de ensino e pesquisa que se pretendem de excelência.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Influenza + listéria – supra-renal = ?
Vendo o último post da Cris, lembrei de um artigo do Ruslan Medzhitov que saiu a alguns meses na Cell Host and Microbe, sobre um problema que sempre me interessou na imunologia – o aumento da suscetibilidade a infecções bacterianas que ocorre após a infecção por influenza. Um médico provavelmente nos diria que a virose causa imunossupressão, e que bactérias normalmente inofensivas se aproveitam desse estado imunosuprimido para colonizar áreas como garganta, ouvido ou pulmão.
Mas quais são os mecanismos dessa imunossupressão? A princípio, infecções virais deveriam ativar uma resposta inflamatória (interferons, etc) e não imunossupressora. Será que essa imunossupressão é patológica, causada pelo vírus? Ou será ela uma resposta reguladora do organismo, que controla a inflamação?
O trabalho de Medzhitov et al. defende a segunda hipótese. Nesse trabalho, eles mostram que o resultado da infecção sistêmica de camundongos com Listeria monocitogenes é de 100 a 10.000 vezes pior (em termos de no. de bactérias no baço e fígado) em animais infectados alguns dias antes com influenza. Ou seja, infecção prévia com influenza causa uma imunossupressão sistêmica (e não só local), que prejudica a capacidade do camundongo de lidar com a listéria. Essa imunossupressão se manifesta também na incapacidade do camundongo de produzir IL-6 e IFN-gama e de recrutar células inflamatórias para o fígado.
Até aí, tudo bem. O mais interessante é o mecanismo que leva a essa imunossupressão – o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal. Aparentemente, a imunossupressão é mediada por glucocorticóides produzidos pelo organismo após a infeçcão viral. Tanto que, em camundongos adrenalectomizados, a imunossupressão desaparece e o número de bactérias nos órgãos é igual à de camundongos nao previamente infectados com influenza.
Mas por que teríamos evoluído um sistema que nos deixa à mercê de infecções secundárias? A razão parece ser que a resposta imune na ausência da glandula supra-renal é devastadora – apesar de serem resistentes à infecção secundária com listéria, quase todos os camundongos adrenalectomizados morrem entre 4 e 6 dias após a segunda infecção, vitimados por uma inflamação incontrolável e altos níveis séricos de TNF e IL-12.
Ou seja, o preço que se paga pela capacidade de controlar o sistema imune após uma infecção primária é a suscetibilidade a infecções secundárias.
E então, será que essa conta dá certo?
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Cursos de Verão/Inverno para alunos de Iniciação Científica
Abraços, Dario.
O III Curso de Inverno em Imunologia será realizado entre os dias 19 a 30 de julho de 2010. O evento é organizado pelos alunos do programa e tem como objetivo fornecer conhecimentos em Imunologia, além de ampliar a visão dos conceitos imunológicos dos alunos de graduação nas áreas biológicas e da saúde. Por meio desta iniciativa, também ocorre a divulgação do Programa de Pós-Graduação em Imunologia Básica e Aplicada. Ao final do evento, esperamos contribuir para a formação profissional dos estudantes, além de identificar indivíduos com perfil voltado para a pesquisa científica, que é fundamental para o sucesso do nosso programa.
O curso será realizado em período integral e está dividido em módulos, teórico e prático, com duração total de duas semanas. A primeira parte será um Módulo teórico, onde serão ministradas aulas sobre temas atuais em Imunologia, que é importante para complementar o conhecimento imunológico dos estudantes. A segunda parte é composta por um Módulo prático, onde os alunos participarão de um estágio supervisionado nos laboratórios do programa. Nessa fase, terão a oportunidade de conhecer as linhas de pesquisa e as metodologias empregadas no laboratório para o qual foram selecionados.
Para a realização e organização deste evento contamos com a participação de alunos e professores do Programa de Pó-Graduação em Imunologia Básica e Aplicada, que estão à disposição para qualquer dúvida ou mais informações.
Highlights do Congresso Estadunidense de Imunologia
terça-feira, 18 de maio de 2010
É verdade que o padrão da sua microbiota intestinal afeta o seu humor?
Buscando por um artigo imunológico não armamentista, deparei com uma revisão interessante, publicada este ano na Brain, Behavior, and Immunity (Vol 24, Issue 1, Pages 9-16). Os pesquisadores alinhavaram trabalhos da neuroimunologia e da imunologia das mucosas e propuseram um modelo que confere ao microbioma intestinal um papel importante no desenvolvimento neuronal e plasticidade, modulando a percepção da dor e comportamento. Ou seja, o padrão dos 1014 microorganismos presentes em seu intestino pode sim afetar, por exemplo, o seu humor. Não dava para esperar nada diferente da microbiota intestinal: composta por aproximadamente mil espécies, grande parte ainda desconhecida, e pesando em média um quilo, também conhecida como “órgão esquecido”.
Imagine esta variedade de microorganismos produzindo as mais diversas substâncias, como produtos de fermentação (ácidos graxos de cadeia curta), moléculas neuroativas (GABA) e constituintes bacterianos imunoestimulatórios (lipossacarídeos, DNA), com efeitos diretos e indiretos no epitélio intestinal, no sistema imune local e suas citocinas, assim como no sistema nervoso entérico e central (veja modelo abaixo).
Desordens neurológicas serão no futuro tratadas por meio da manipulação da microbiota intestinal? Estou curiosa para ouvir o que os neuroimunologistas pensam sobre o assunto...
segunda-feira, 17 de maio de 2010
iii-INCT e FIOCRUZ promovem Conferencia de Zingernagel na Bahia
BH também receberá o Dr. Rolf Zinkernagel
Após conferência para celebrar os 25 anos do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (veja post por Alexandre Basso), o Dr. Rolf Zinkernagel participará do Simpósio em Imunologia que acontecerá no dia 26 de maio em Belo Horizonte. O Dr. Rolf Zinkernagel dará uma confência após mesa redonda composta pelos pesquisadores Ricardo T. Gazzinelli (UFMG e Fiocruz-MG), Walderez O. Dutra (UFMG), Ana Maria Caetano Faria (UFMG), Rodrigo Correa Oliveira (Fiocruz-MG) e Douglas Golenbock (University of Massachusetts Medical School). O evento será encerrado com um concerto musical realizado pelos professores da Escola de Musica da UFMG. O evento conta com o apoio do INCT-II (Investigação em Imunologia), Sociedade Brasileira de Imunologia, INCT de Vacinas, IEAT (Intituto de Estudos Transdisciplinares Avançados da UFMG, CPqRR/FIOCRUZ e FUNDEP.
domingo, 16 de maio de 2010
XII Reunião Nacional de Pesquisa em Malária
sábado, 15 de maio de 2010
Descubra que tipo de cientista é você
Essas e outras ilustrações de Dent estão publicadas na NIH catalylist newsletter (http://www.nih.gov/catalyst).