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domingo, 8 de fevereiro de 2015

“G-CSF produzido pelas células tumorais age diretamente na medula óssea modificando as funções dos neutrófilos”



O câncer é uma das maiores causas de morte no mundo. O processo de formação de tumor, chamado de tumorigênese, é complexo e envolve múltiplos fatores. O papel do sistema imune favorecendo o crescimento de tumores, tem sido reconhecido e as novas evidências sugerem que o acúmulo de células mielóides circulantes em sítios periféricos promove um microambiente favorável ao desenvolvimento de metástase. Tanto em pacientes com câncer como em modelos murinos, as células mielóides promovem a progressão do tumor uma vez que alteram a resposta imune, modulam a produção de citocinas por macrófagos, estimulam a angiogênese e a remodelação da matriz extracelular (Hanahan D, Weinberg RA, 2000).
O trabalho publicado esse ano no PNAS demonstrou que progenitores mielóides se expandem em precursores CD11b+Gr1. Nesse sentido, as células mielóides presentes na medula óssea são diferenciadas em neutrófilos na presença de fatores de crescimento liberados pelo tumor, como por exemplo, G-CSF, CSF e GM-CSF. Além disso, os pesquisadores da Universidade da Califórnia, com o intuito de entender o mecanismo pelo qual o G-CSF atua sobre os precursores mielóides da medula óssea em modelo de câncer de mama, demonstrou que o G-CSF causa o silenciamento epigenético da proteína Retinoblastoma-1 (Rb1) nesses progenitores, provocando a diferenciação de células mielóides em neutrófilos (PMN), causando um quadro de eritropoiese ineficiente, anemia e esplenomegalia. Os PMN por médio da produção de espécies reativas de oxigênio suprimem a atividade das células T efetoras.  A meu ver, esses dados aumentam a nossa compreensão de como os tumores são capazes de fazer uma reprogramação na medula óssea provocando a geração de neutrófilos com atividade supressora favorecendo assim, o seu crescimento.

Post de Gretel Rodríguez Rodríguez (Mestranda FMRP/USP – IBA).

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