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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A produção de EROs é determinada por fatores genéticos do hospedeiro ou do parasito?


Modelos de infecção utilizando macrófagos CAB demonstraram que Leishmania major e Leishmania amazonensis induzem diferentes níveis de espécies reativas de oxigênio (EROs). Determinantes genéticos dos parasitos podem estar modulando essa produção?
O sucesso da infecção por leishmania é determinado durante os primeiros eventos da resposta imune inata. Radicais livres, tais como superóxidos (O2-) e Óxido Nítrico (NO) são moléculas decisivas na defesa contra esses parasitos.
Durante o processo de fagocitose, ainda nas etapas de reconhecimento e internalização dos parasitos, os macrófagos são induzidos a produzir EROS (O2- , H2O2) na tentativa de controlar a infecção . Essa produção de EROs é dependente do recrutamento das subunidades do complexo proteico NADPH oxidase (NOX) para a membrana do fagossoma.
Para lidar com esse estresse oxidativo algumas leishmania ssp adotam mecanismos de inibição da produção de O2-, bloqueio da montagem da NADPH oxidase e  expressão de moléculas de antioxidantes. Em termos imunológicos, a baixa produção do O2- e H2O2 por macrófagos infectados ainda não está esclarecida, entretanto há uma relação entre níveis elevados de O2- e a capacidade leishmanicida da célula hospedeira.
 Trabalho de 2012, Almeida e seus colaboradores demonstram pela primeira vez que macrófagos CBA (linhagem resistente à infecção por leishmania), infectados por L. major produziram níveis mais elevados de EROS quando comparados aos níveis produzidos na infecção de com L. amazonensis.
Na tentativa de esclarecer mecanismos que expliquem essa diferença na produção de EROs envolvendo espécies diferentes de leishmania, ensaios de infecção utilizando Apocinina, um inibidor parcial da NADPH oxidase, que atua bloqueando a fosforilação das subunidades P47phox e P67phox impedindo a formação do complexo proteico na membrana do fagossoma. Surpreendentemente, os níveis de EROs variaram de acordo com a leishmania. Os macrófagos infectados por L. amazonensis não apresentaram redução nos níveis de EROs, provando que esta síntese, neste caso, não é dependente das subunidades NOX2 e NOX4 do complexo proteico NADPH, em contra partida, os macrófagos infectados com L. major apresentaram uma redução de 50% nos níveis de EROs na presença do inibidor.
Assim, deve haver alguma estratégia envolvendo moléculas da superfície do parasito, variáveis de espécie para espécie, capazes de interagir com receptores na membrana dos macrófagos necessários para produção de EROs.

Bibliografia:
ALMEIDA T.F. et al. Leishmania amazonensis fails to induce the release of reactive oxygen intermediates by CBA macrophages. Parasite Immunology, 2012
ASSCHE, T.V.et al. Leishmaniamacrophage interactions: Insights into the redox biology.Elsevier.2011
HORTA, M.A et al. Reactive species oxygen and nitric oxide in cutaneous Leishmanisis.2011

Sueli  Carvalho e Luana  Seraphim Cunha, doutorandas

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