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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Motivado pelos alunos, Projeto faz debate sobre EBOLA

O Projeto Imunologia nas Escolas realizou nesta quarta-feira, dia 19 de novembro, sua última atividade de 2014, na Escola Estadual Alves Cruz, em São Paulo, com um debate sobre Ebola.

O debate foi um sucesso! Auditório cheio, exposições muito interessantes do Dr. Aluísio Segurado (Prof. Faculdade de Medicina da USP e Pesquisador do nosso iii-INCT- Instituto de Investigação em Imunologia – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) e da Dra. Rachel Soeiro (Programa Médicos Sem Fronteiras) e muitas perguntas interessantes dos alunos.




Foto 1: Dr. Aluísio Segurado (Prof. Faculdade de Medicina da USP e Pesquisador do nosso iii-INCT- Instituto de Investigação em Imunologia – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) e da Dra. Rachel Soeiro (Programa Médicos Sem Fronteiras)

Primeiro, o Dr. Aluísio falou sobre o que é a infecção pelo Ebola, abordando questões epidemiológicas, fisiopatológicas - sobre o que acontece com o organismo quando infectado pelo vírus - as dificuldades do tratamento em locais de precárias condições de saúde, e os desafios mundiais para conter a epidemia e desenvolver uma vacina e outras formas de tratamento. Explicou como a epidemia tem se espalhado na África e destacou que, em tempos globalizados, onde as pessoas circulam no mundo, a infecção pelo Ebola - mesmo outras epidemias - tem grande chance de chegar a várias partes do mundo.





Foto 2: Dr. Aluísio Segurado com a palavra - 'A infecção pelo vírus Ebola'

Dra. Raquel trouxe uma contribuição muito especial, falando sobre sua rica experiência na África, como médica do programa Médicos Sem Fronteiras. Trabalhou durante um mês num pequeno vilarejo chamado Telimele, na Guiné,  cuidando dos doentes e estabelecendo estratégias para conter a epidemia na região. Foi emocionante ouvir suas histórias cheias de coragem e humanismo. Sobre as dificuldades e as conquistas, sobre o cuidado aos doentes e as diferenças culturais.  Sobre o feliz relato de como conseguiram tratar muitos doentes (75% de sucesso), conter a transmissão e acabar com a doença no vilarejo.  





Foto 3: Dra. Rachel Soeiro: 'Experiência com o Ebola no Programa Médicos sem Fronteiras'


Entre as duas apresentações, passamos também um vídeo curtinho com uma matéria da jornalista da Folha de São Paulo, Patrícia Campos Mello, gravado em Serra Leoa, região de epidemia da infecção pelo Ebola, propiciando-nos com uma verdadeira  “viagem” ao drama das pessoas que vivem, hoje, esta epidemia.

As muitas perguntas dos alunos mostraram, claramente, seu interesse e curiosidade.
Perguntas sobre mutações do vírus, desenvolvimento de vacinas, formas de transmissão, como a infeção mata, por que alguns conseguem sobreviver, se pode chegar ao Brasil, etc, etc.

No fim, aclamada pelo Dr. Aluísio, uma homenagem especial à ONG Médicos Sem Fronteiras, na pessoa da Dra, Rachel, pelo corajoso e importantíssimo trabalho que realizam no mundo. Muitos e muitos aplausos, bem merecidos.

Para mim, ficam muitas imagens e perguntas na cabeça. Como nós, humanos, construímos, numa perspectiva evolutiva, interações com os microorganismos? Enquanto alguns chegam de forma devastadora - como o vírus Ebola - temos, hoje, milhares e milhares de microorganismos vivendo, de forma sinérgica, em nosso organismo. Ficam imagens de vida e de morte, da fragilidade da vida humana, imagens de luta e de coragem.  Fica a bonita imagem do abraço do paciente, no momento da alta, por ter vencido a infecção.

Foi uma grande alegria ver que os jovens se interessaram e participaram. Claro que houve também conversas e algum zum-zum-zum... Mas, isto faz parte. Afinal de contas, são adolescentes e cheios de inquietações.

Certamente, ficamos com um sentimento muito bom. Fechamos nosso ano de atividades do Projeto da escola com um sentimento positivo de algo que motivou os adolescentes a pensar e a perguntar. Algo que pode até parecer estar longe do mundo deles – na África - mas, sim, também diz respeito a todos nós.




Foto 4: Auditório da Escola Estadual Antonio Alves Cruz 


Vale destacar que este debate foi motivado pelo interesse dos alunos.
Foram eles que nos pediram para discutir sobre Ebola. E nós topamos. Tivemos alunos de cada turma que nos ajudaram na organização, pesquisaram para elaborar perguntas, prepararam cartazes e percorreram as salas de aula para falar sobre o debate.

Pensamos que este é um caminho a ser cada vez mais explorado no Projeto. Envolver os alunos e professores da escola na busca de caminhos compartilhados, nos quais possamos discutir e refletir sobre temas de ciências, sobre a lógica do pensamento científico; sobre este certo olhar indagador do mundo.  

Muitos novos estímulos e desafios para 2015!

Verônica Coelho

Coordenadora Geral do Projeto Imunologia nas Escolas
iii-INCT – Instituto de Investigação em Imunologia
Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
Médica Pesquisadora
Laboratório de Imunologia

InCor- FMUSP

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