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domingo, 27 de janeiro de 2013

O Quinteto Fantástico


              Desde a descoberta do fator de transcrição Foxp3, fundamental para o desenvolvimento de células T reguladoras, o estudo da imunologia conseguiu esclarecer questões intrigantes a respeito da homeostase imunológica e manutenção da tolerância.

          Destes quase 10 anos de pesquisa, em torno do Foxp3, concluiu-se que ele é o maestro que orquestra a rede transcricional de células T reguladoras. Porém, todo bom maestro necessita de uma boa orquestra para que haja sinfonia adequada. Em busca dessa orquestra, o comentário da NATURE de setembro de 2012 reuniu alguns trabalhos que exploraram a rede de interações que Foxp3 estabelece. A análise do INTERACTOMA da células T reguladoras, permitiu a descoberta de 361 proteinas que são reguladas, positiva ou negativamente pelo Foxp3.

                Estudos computacionais, indicaram a participação especial de 5 solistas; os fatores de transcrição Eos, IRF4, GATA-1, Lef1 ou Satb 1, que quando expressos juntamente com Foxp3 contribuem para a aquisição de características inerentes às Tregs.

           Este quinteto, que inspirou o tema deste post, parece interagir com o Foxp3  aumentando a ocupação dos seus genes alvos. Os autores mostraram que a expressão de Foxp3 e pelo menos mais um dos membros do quinteto confere à célula um estado basal distinto, que permite sua auto preservação e manutenção da regulação de genes característicos das Tregs. Essas células foram denominadas de “Treg cell-like cells”. Com a aquisição deste fenótipo parcial, os autores sugerem a exitência de múltiplos circuitos moleculares redundantes, necessários para aquisição da função da Treg.

        Em resumo, estes estudos indicam que os diversos estados de diferenciação de Tregs são determinados pela atividade coletiva dessa rede transcricional e o conhecimento de tais interações ajuda no entendimento da biologia das células T reguladoras, como a estabilidade do estado de diferenciação. E com isso, nós pesquisadores (ou aspirantes, como eu!) damos um passo adiante para a utilização e aplicação destas células em terapias contra doenças cuja regulação do sistema imune esteja afetada.

Post de Marcela C. S. Françozo - FMRP/Iba

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