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domingo, 20 de junho de 2010

Uma boa ajuda para enfrentar um importante desafio para o crescimento da ciência no Brasil: escrever!

Todos nós sabemos a importância de aprimorarmos a escrita científica como parte das estratégias para darmos mais um passo no crescimento da ciência no Brasil: publicar em revistas internacionais de alto impacto.

Certamente, em primeiro lugar, é preciso fazer ciência de qualidade.
Mas, sabemos também que, além da novidade e consistência da descoberta científica e do rigor metodológico da pesquisa, como escrever a história daquela descoberta científica é fundamental.

Você concorda que para a grande maioria dos alunos, escrever o paper é um enorme sofrimento que, na maioria das vezes, demora muito mais do que a velocidade do fazer ciência permite? Você concorda que escrever é uma das grandes dificuldades que enfrentamos com nossos alunos e pós-docs?

Então, pergunto: o que podemos fazer para melhorar a qualidade da nossa escrita científica? E mais, o que podemos fazer para despertar em nossos alunos o gosto por escrever?

É verdade que ainda somos um país de pouca leitura e isto repercute diretamente na nossa prática de escrever. Quem lê pouco, pouco escreve.
Tem menos oportunidade de aprender a desenvolver as ideias por escrito.
Mas, certamente isso pode ser mudado. Acho que podemos e devemos ajudar a construir uma cultura de mais leitura em nossa comunidade científica.
E você, o que pensa sobre este assunto?

Para quem ainda não teve o privilégio de conhecer, quero apresentar, aqui no Blog da SBI, o professor Gilson Volpato que vem há quase 25 anos dedicando-se ao estudo e ensino da redação e metodologia científica. Gilson tem viajado o Brasil afora realizando cursos e oficinas de escrita científica, plantando sementes entre alunos e pesquisadores. Gilson tem sido um grande aliado no desafio da escrita científica no Brasil.

No último congresso da SBI tivemos o privilégio de oferecer o seu curso de escrita científica como uma atividade pré-congresso e foi um enorme sucesso. Eu tive a oportunidade de organizar três cursos de escrita científica com o Gilson (atividades da plataforma de Ensino do pelo o iii-INCT) e testemunhei o impacto tão positivo em cada participante do curso, seja ele aluno ou pesquisador. Quem teve a oportunidade de fazer o curso sabe do que estou falando. Quem não o conheceu, recomendo que leia os seus livros!

Gilson desenvolveu um método próprio para ensino e abordagem da escrita científica, colocando a escrita científica como uma continuidade do processo de fazer ciência. Tem uma contribuição original na área e estimula a ação de sujeito pensante no ato de escrever. Gilson tem vários livros escritos sobre o assunto e acabou de lançar a 3ª edição revisada e ampliada do livro Dicas para Redação Científica, Editora Cultura Acadêmica, 2010. Veja abaixo alguns trechos do Prefácio deste livro, do professor Ivan França Junior da Faculdade de Saúde Pública da USP. Não perca a oportunidade de conferir!
Veja no site: http://www.bestwriting.com.br
Recomendo muito também o livro Bases Teóricas para Redação Científica.
Boa leitura e ótima escrita!

Trechos do Prefácio do livro Dicas para Redação Científica:

“Em sua versão amplamente reformulada, “Dicas” é uma excelente introdução às reflexões organizadas e desenvolvidas originalmente pelo Professor Gilson Volpato. Sinteticamente, este livro contém dois tipos de reflexões.


O primeiro tipo de reflexão, exposta nos capítulos I a III, aborda os fundamentos teóricos e epistemológicos do fazer e escrever ciência. Esta parte, inexistente na 2ª. Edição, deve ser lida antes das demais, de modo pausado e autocrítico. É prudente que o leitor não avance diretamente pelo “Dicas”, mas leia estes capítulos iniciais com calma, como uma atividade de formação intelectual, de aprofundamento no significado da ciência.


Sugiro que, na medida em que avance na leitura, o leitor reflita sobre a sua experiência em pesquisa. Sendo iniciante ou pesquisador experiente, anote os pontos em que percebe lacunas e dificuldades na sua trajetória:
o
Não tenho conseguido publicar?

o Mesmo publicando, não tenho sido citado?

o Não havia percebido a centralidade da teoria nas ciências empíricas?

o Não tive oportunidade de ler e refletir sobre os aspectos filosóficos das ciências?

o Não me ocorreu haver nos artigos dois grandes argumentos lógicos (introdução como premissa de objetivo/conclusão & métodos e resultados como premissas da discussão/conclusões)?

o Meus trabalhos não têm sido bem aceitos (publicados ou citados) por não terem dados sólidos, por não estarem bem apresentados, por terem sido considerados irrelevantes ou por eu não ter sido econômico no uso das palavras?

o Não conhecia a didática, extremamente sagaz, da divisão das pesquisas em descritivas, de associação e de relação de interferência (ou de causa e efeito)?

Percorrer estas e outras perguntas suscitadas por Gilson Volpato fornece uma agenda de estudo, reflexão e trabalho, que redundará em trabalhos científicos mais fortes. Para cada questão identificada, o leitor deverá procurar cursos, frequentar e promover grupos de pesquisa e ler muitos outros livros...


Dentre as várias soluções criativas de Gilson Volpato, chamam a atenção a inteligente classificação das pesquisas científicas em três tipos (descrição, associação e relação de interferência) e o uso da analogia dos argumentos lógicos (premissas e conclusões) para o texto científico. Estas contribuições originais de Gilson já valeriam a leitura deste e de seus outros livros.
.......


Como grande educador, Gilson Volpato nos provoca a refletir e identificar, como sujeitos, o que temos como obstáculos e oferece alguns modos para superá-los. Após 25 anos de andança pela área da redação científica, Gilson Volpato ainda é um incansável professor. E dos melhores que já vi em minha acadêmica”.

Prefácio escrito por Ivan França Junior
Professor da Faculdade de Saúde Pública da USP


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