quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Definindo Treg natural e induzida?


Dois artigos foram publicados no Journal of Experimental Medicine em setembro deste ano, nos quais os autores tentam responder uma pergunta valiosa para aqueles que trabalham com células T reguladoras. Será que existe um marcador especifico que poderia ser usado para distinguir células T reguladoras naturais (nTreg) de induzidas (iTregs). Estas células tem origens diferentes (uma no timo e a outra na periferia) e ha muita especulação  a respeito da especificidade das funções supressoras que desempenham. Assim, entendendo as diferenças e similaridades entre elas, nos teríamos novas ferramentas para modular a resposta imune em uma determinada patologia, como por exemplo depletando iTregs de um sitio tumoral, sem aumentarmos o risco de desenvolver uma doença autoimune. 
Assim,  Weiss e colaboradores e Yadav e colaboradores fizeram uso de camundongos transgênicos que expressam altos níveis de um determinado antígeno especifico (ovalbumina ou proteína básica mielínica) em um background RAG-deficiente. Esses camundongos não desenvolvem nTreg, mas apos algumas imunizações com o antígeno, começam a apresentar células CD4+Foxp3+ (iTregs) em órgãos periféricos.  Então, foi só comparar os genes regulados nessa população celular com aqueles expressos por Foxp3 total isoladas de camundongos WT. Neuropilina-1 foi encontrado somente na superfície de nTreg, mas não em iTregs. Alguns outros poucos genes também foram diferencialmente expressos, mas nenhum outro receptor de superfície foi detectado. No timo, as nTregs são absolutamente neutropilina-1 positivas, mas uma pequena populações de neutropilina negativa foi observada. No entanto, quando transferidas intratimicas para outros camundongos WT, rapidamente passam a expressar neutropilina 1. Em condições não homeostáticas, como em asma ou durante encefamielite autoimune experimental, as iTregs encontradas nos sítios de inflamação, mas não nos tecidos linfoides, passaram a expressar neutropilin-1, indicando que alguns mediadores inflamatórios podem favorecer a expressão deste receptor in situ. Ainda que a função de netropilina-1 em Tregs nao tenha sido descrita, esse pode ser o começo para entender como o sistema imune regula a geração das células iTregs nos sítios perifericos. Estes trabalhos foram comentados na Nature Immunology e tem mais uma vez a participacao de uma cientista brasileira.  

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