quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Abordagem Inovadora para Detecção de Subpopulações de Células Dendríticas em Tecidos Linfóides



                                                  Fonte: Gerner et al., Immunity Aug 2012.

Na última semana de novembro foi realizado no NIH, o simpósio “Dendritic Cells in Health and Disease: A Tribute to Ralph Steinman” patrocinado por “Cytokine Interest and Immunology Interest Groups”. O Dr. Steinman descobriu as células dendríticas (DCs) em 1973 e essa descoberta abriu um novo campo de estudos na Imunologia: A biologia das DCs e o seu papel na regulação imune em situações saudáveis e patológicas. O reconhecimento da importância dos estudos realizados pelo Dr. Steinman culminou na concessão ao pesquisador do Prêmio Nobel de Medicina de 2011.

O simpósio contou com a participação de pesquisadores que trabalharam diretamente com o Dr. Steinman, como o Dr. Michel Nussensweig, Dr. Jacques Banchereau, Dra. Kristin Tarbell, dentre outros. Paralelo à participação de pesquisadores seniors foram proferidas também palestras por jovens pesquisadores que têm trabalhado em estudos sobre DCs, usando estratégias inovadoras. Um dos pesquisadores desse grupo, é o Dr. Michael Y. Gerner da Lymphocyte Biology Section, National Institute of Allergy and Infectious Diseases. O pesquisador apresentou dados que foram publicados recentemente na edição de agosto de 2012 na revista Immunity.

Neste estudo, ele propõe um método microscópico analítico denominado histo-citometria que promove a visualização e quantificação dos fenótipos de populações celulares complexas diretamente em seção de tecidos. Eles testaram a tecnologia tanto em populações celulares participantes da resposta imune inata quanto adaptativa. Ao analisar subregiões pré-definidas de linfonodos murinos, os pesquisadores detectaram uma distribuição diferenciada entre as subpopulações de DCs residentes ou migratórias. As DCs residentes CD8+ localizavam-se preferencialmente na região de zona T, enquanto DCs CD11b+ tinham sua localização principal nas regiões linfáticas. Já as células dendríticas migratórias mostraram uma distribuição mista entre as zonas de células T e interfoliculares e estavam praticamente ausentes na região medular.

Esses achados confirmam e ampliam estudos prévios que sugerem uma distribuição não aleatória para algumas subpopulações de DCs nos tecidos linfóides. A abordagem descrita no artigo oferece a possibilidade de se investigar em diferentes espécies por meio de sistemas biológicos distintos, interações entre subpopulações celulares e sua distribuição anatômica, estados de diferenciação e ativação.

Referências
- Ecker, R.C., and Steiner, G.E. (2004). Microscopy-based multicolor tissue cytometry at the single-cell level. Cytometry A 59, 182–190.

- Gerner MY, Kastenmuller W, Ifrim I, Kabat J, Germain RN. Histo-cytometry: a method for highly multiplex quantitative tissue imaging analysis applied to dendritic cell subset microanatomy in lymph nodes. Immunity. 2012 Aug 24;37(2):364-76. doi: 10.1016/j.immuni.2012.07.011.

- Kastenmuller, W., Torabi-Parizi, P., Subramanian, S., Lammermann, T., Germain, R.N. (2012). A spatially-organized multicellular innate immune response in the lymph node limits the systemic spread of tissue-invasive pathogens. Cell 151. http://dx.doi.org/10.1016/j.cell.2012.07.021.

Um comentário:

  1. Salve Dra Andrea,

    Um dos dados que me intrigou nesse trabalho foi a comparação entre confocal e citometria para detecçao de DCs, com FACS sempre detectando menos DCs quando comparado ao confocal, fenômeno que eles atribuem a eficiência na digestão do tecido para extração e preparo da suspensão celular, que graças a "adesividade" das DCs nunca é 100%.
    No mesmo volume da Immunity tambem tem trabalho do Bousso, com confocal, muito bom.

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