A capacidade do sistema imunológico de manter uma
memória de longo prazo contra os patógenos é crítica para a indução de uma
resposta rápida após reexposição ao antígeno. Em relação às células B de memória, diante um
reencontro com um antígeno, são capazes de proliferar rapidamente e se
diferenciar em plasmócitos secretores de anticorpos (ASC) de alta afinidade. Estas respostas são particularmente importantes para proteção contra infecções virais. O vírus influenza, por exemplo, pode causa epidemias
e representa uma ameaça para a saúde da população global.
Embora se saiba que as células B de memória
sobrevivem por muitos anos, os mecanismos responsáveis pela resistência a
apoptose ainda não haviam sido elucidados. Assim, Chen e colaboradores, observaram que as células B de memória diferenciam-se
das células B do centro germinativo por apresentar a formação de autofagossomo.
Para elucidar melhor o papel da autofagia na sobrevivência das células B de
memória, foram utilizados camundongos com células B de memória deficiente do gene Atg7, que é um gene essencial para a montagem do
autofagossomo. Interessantemente, observaram que na ausência deste gene os camundongos
tiveram uma produção de anticorpos específicos extremamente prejudica, devido a
apoptose de células B de memória e plasmócitos. Também, foi demostrado que
camundongos com células B deficientes de autofagia, quando desafiados com o
vírus Influenza A, sucumbem devido a ausência de resposta de células B de
memória que poderiam controlar a infeção.
Os autores também descrevem que o mecanismo pelo
qual a autofagia impede a apoptose nas células B de memória ocorre devido ao
englobamento e degradação de mitocôndrias disfuncionais que produzem altos
níveis de espécies reativas de oxigênio (ROS) e peroxidação lipídica. Portanto,
estes resultados demostram que a autofagia é essencial para a sobrevivência e manutenção
das células B de memória, que por sua vez produzem uma resposta de anticorpos
protetores importantes para combater a infeção pelo vírus Influenza A.
Figura 1. O
autofagossomo é importante para eliminação de mitocôndrias disfuncionais, que
produzem espécies reativas de oxigênio e contribuem para a peroxidação
lipídica. Isso garante a sobrevivência e manutenção das células B de memória.
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