sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Paralelos


Agora romana, presente do Julio Cesar
 Aqui na Grecia a historia esta literalmente brotando do chao. A coisa mais impressionante pra mim foi
ver que bem abaixo do solo onde caminhamos, 3 ou quatro metros, ja se encontram os vestigios das colunas dos predios que tinham dezenas de metros de altura. Da pra ver que as ruinas estao ao lado dos predios novos, uma loucura.Os historiadores e arqueologos passeiam por aqui estudando diretamente estas pistas que sobraram e inferem sobre o que realmente aconteceu - um paraiso para eles.

Assim esbarramos no Fabio Morales, doutorando em Historia Antiga pela USP Campinas, que esta estudando a Agora (onde ficavam predios publicos e alguns comerciais) e a Acropole (onde fica o Partenon e um conjunto de templos) - maravilhoso pois ele foi contando a historia do lugar pra nos e aos poucos os pedacos de pedra ganhavam vida e a gente imaginava as pessoas passeando ali, o lugar fervilhando, a lindeza que deve ter sido, uma pista dada por um unico predio do qual foi feita uma replica, a Stoa de Atalos. Achar uma moeda no meio da terra nos diz quem esteve ali, em que epoca. Achar algo mais junto da moeda pode nos indicar se o cara que deixou ali a moeda era da mesma epoca, ou era um colecionador de uma epoca posterior.



stoa de Attalos

E pensei que assim tambem e o nosso trabalho, em que vamos desenterrando as pistas que brotam hoje de montes de informacao, ao inves de areia. Achamos aquela preciosidade, aquela molecula, aquele gene sendo expresso, e inferimos o que pode estar acontecendo com a celula, ou com o organismo. Achar algo mais pode nos indicar que o pensamento inicial estava errado, e dai cabe ao pesquisador ficar preso na ideia antiga, ou se maravilhar com a nova perspectiva do que a nova informacao revela, todo um novo mundo pra conhecer. E quando explicamos isso pra um leigo, de forma a que ele entenda o que esta acontecendo, se formos bons professores que nem o Fabio, ele tambem fica maravilhado.

Os historiadores nao podem trazer de volta toda aquela epoca, mas a gente pode reconstruir o mecanismo biologico, e modifica-lo, utiliza-lo de novas formas no nosso dia a dia. Esta profissao, apesar da burocracia, apesar da falta de grana, apesar de tanta gente atrapalhando, pode ser bem legal de vez em quando. Enfim. A Grecia ja foi o maximo em termos de civilizacao. Daqui vamos pra roma, que tambem ja foi o maximo. Sera que um dia seremos nos? Sera que vamos deixar um legado tao legal pra humanidade?

p.s. faz uns dez dias que nao leio nada de imunologia, so historia. hoje juro que ouvi um grego na rua
falando macrophagus. sera?

2 comentários:

  1. Adoro história também!!!
    Mas acho que a ideia é essa explicarmos isso pra um leigo, de forma a que ele entenda e deixar nem que seja uma moedinha de contribuição para a humanidade! E o melhor com a satisfação de estarmos trabalhando com o que escolhemos e nos sentimos realizados!

    Abraços, Pryscilla Wowk

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  2. Cris querida
    Bom, nao sei se era macrophagus o que ele dizia, mas a palavra vem do grego sim...Espero que voce nao tenha virado picolé viajando por Atenas nesse estranho inverno europeu. Nao deixe de ir a Galeria Borghese no seu proximo destino.
    Beijo

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