quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Academic tone-trolling: como a interatividade impacta a comunicação científica online?”


Post de João P. M. Carmo

O “admirável mundo novo” da ciência encontra neste blog o “admirável mundo novo da tecnologia online”, através do texto “Academic tone-trolling: como a interatividade impacta a comunicação científica online?”
Antes, porém, de entrarmos no mérito do blog em si, penso que seria interessante definir o que vem a ser “tone-trolling”. Basicamente, poderia ser traduzida como “trolha”, pilhagem, piada, tentativa de ridicularização e assim por diante. Mas o que se discute no texto, e a partir de agora, é como o TOM em que essa informação, em forma de piada ou ironia, científicas ou não, pode repercutir em diferentes resultados.
Segundo o blog Rabett Run (http://rabett.blogspot.com.br/2010/04/advanced-trolling-101.html), através do “tone troll” é bastante possível provocar, ridicularizar, escarnecer, zombar, enfim, mofar de alguém, “com todo o respeito”. Por outro lado, acredita-se que seria ingênuo esperar que houvesse menos educação em comentários de um blog do que em reuniões acadêmicas “mundanas” comuns. Propôs-se que um tom adequado seria quando fosse mais desafiador, inspirador e divertido o esforço para se provocar alguém, mas “com todo o respeito” e educação. Como em todo lugar, a chave é a autenticidade. Mas quem pode jugar se um intercâmbio de informações é realmente autêntico? Algo entre uma máfia e uma divindade deve ser moderado...
            Além de blogs, Twitter, G+, Facebook, outras interfaces também cultivam um espaço onde os comentaristas podem discordar com vigor de um autor, mas permanecer comprometido com um diálogo real, neste “admirável mundo novo online”, que passa a ser bastante desafiador. Assim, as vezes esse diálogo pode sair dos trilhos. O que direciona essa diferença? Como se pode identificar quem comenta simplesmente para causar problema versus alguém que se engaja para adicionar valor a um debate genuíno? Que influência esta capacidade de se engajar via redes sociais, as quais exercem influência sobre a própria mídia social e o conteúdo e a direção da comunicação científica?
            Dominique Brossard e Dietram Scheufele (Science, 2013) levantam outras questões sobre os efeitos da mudança da comunicação da informação científica para o público, de jornais impressos convencionais para revistas e espaços interativos online. Em suma, elas puderam identificar que apenas o tom dos comentários a histórias científicas em ambientes Web 2.0 podem alterar significativamente como as audiências pensam sobre a própria tecnologia. Estes achados sugerem também que pode haver melhores e piores  maneiras de se administrar os comentários ao seus posts, se o seu objetivo é ajudar os leitores a entender um trecho particular da ciência.
            Assim, a mensagem que fica é a seguinte: os cientistas sociais ainda não descobriram todos os fatores que importam em como a audiência para a ciência online vai receber e responder ao que está sendo oferecido – quem de nós distribui conteúdo científico online deve assumir que nós também não descobrimos todos os fatores.

Referências:

Academic tone-trolling: How does interactivity impact online Science communication? Stemwedel J. Scientific American online. Jan 28th, 2013.
Science, New Media, and the Public. Brossard D & Scheufele D. Science Jan 4th, 2013: Vol. 339, pp. 40-41.
Brave New World. Aldoux Huxley. 1932.

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