sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A diversidade de macrófagos nos tecidos: agora geneticamente dissecado.

-->Vale muito a pena conferir esse inteligente e bem planejado trabalho publicado na Nature Immunology este mes. Um grupo de imunologistas e biologistas computacionais resolveram juntar forcas para entender uma das células mais versáteis do sistema imune, os macrófagos. Apesar de parecer certo que macrófagos presentes em diferentes tecidos, como por exemplo a microglia (os macrófogos do cérebro) e macrófogos da polpa vermelha presentes no baço, apresentam características fenotípicas e funcionais únicas que os distingue uns dos outros, uma seria análise gênica revelou muito mais do que sabíamos. Assim, quarto grupos de células com características bem defindas foram escolhidas para esta analise: macrófago pulmonar, peritoneal, macrófagos da polpa vermelha e microglia. Quando a expressão genica dessas células foram comparadas entre si e com outras populacoes de células dendriticas também isoladas de diferentes tecidos, foi possivel observer que DCs são mais semelhantes entre si (como observado na distribuicao dessas células no diagram ao lado). Porém, as quarto populacões de macrófagos estudadas apresentaram-se dispersas e distantes uma das outras como mostrado no diagrama, indicando uma maior diferença entre elas.
O trabalho não para por ai. Este grupo também estudou quais sõo os genes mais comumente expressos por macrófogos, o que poderia então ser usados para distinguí-los fenotipicamente de outras células do sistema immune.  Surpreendentemente, somente 39 genes foram comuns entre os macrófagos, e ao mesmo tempo, não foram expressos por DCs (as células consideradas mais semelhantes aos macrófogos).
Assim, entre eles estão: Fcgr1 (CD64), TLR4, o receptor p G-CSF (Mr1) e a molecula relacionada ao MHC de classe 1 (Mr1), que leva a ativação de células T invarinate de mucosa, uma função anteriormente atribuida as DCs. Para completar os estudos, populações de DCs e macrófogos com origem e propriedades funcionais ainda controversos foram também investigados para determinar se estas células expressavam ou não os 39 genes encontrados somente em macrófagos. Assim, entre elas, todas as células obtidas de cavidade peritoneal de camundongos injetados com tioglicolato foram cosiderados macrófagos por expressarem genes caracteristicos de macrófogos, mesmo se estas celulas eram CD11c+, por exemplo. Outras células isoladas da lâmina própria (CD11c+MHC+CD11b+CD103-) e serosa (CD11clowMHC+CD11b+), até então consideradas DCs, na verdade expressam os marcadores caracteristicos de macrófagos. Polêmico ou não, este trabalho integra diferentes àreas de conhecimento para tentar definitiamente caracterizar uma das primeiras células a que fui aprensentada durante minha iniciação científica com Dr. Angela VC Soares. Resta saber se esta diversidade vai ser ainda maior quando em um tecido inflamado.
O seguinte site é uma ferramenta muito legal para obter mais informações sobre a expressão e regulação de genes em células do sistema immune: http://www.immgen.org/index_content.html

Gene-expression profiles and transcriptional regulatory pathways that underlie the identity and diversity of mouse tissue macrophages. Nat Immunol. 2012 Sep 30;13(11):1118-1128. doi: 10.1038/ni.2419. Epub 2012 Sep 30.

5 comentários:

  1. Ana,
    bem-vinda ao SBlogI!
    Abraços, Tiago.

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  2. Acho difícil estudar essas duas populações de células porque cada artigo usa diferentes marcadores para identificá-las. Talvez este artigo dará ideias de novos marcadores. Obrigada Ana pela informação!

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  3. Belo post Aninha...com certeza novas idéias, novos marcadores e a diversidade dos macrófagos com certeza sempre surpreendendo na complexidade do sistema imune! Adorei o site com belas representações gráficas das atividades genômicas e protocolos relacionados! Parabéns! :)

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