sábado, 16 de junho de 2012

Como construir instituições de ensino, pesquisa e extensão bem sucedidas?


O Jornal da TV Cultura está promovendo esta semana uma série de reportagens especiais sobre os 100 anos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP).

A primeira reportagem foi ao ar nesta segunda-feira, dia 11/06/2012, e abordou de forma bastante interessante o contexto histórico e as condições sob as quais a faculdade foi fundada e se desenvolveu. Além disso, o telejornal entrevistou e convidou para discussão o atual vice-diretor da FM-USP, José Otávio Costa Auler Júnior, que destacou a importância que o empenho dos fundadores e os acordos estabelecidos com a Fundação Rockefeller tiveram para impulsionar o crescimento da FM-USP e torná-la a grande referência que é atualmente. A discussão trouxe à tona ainda alguns problemas, como a expansão do ensino superior no Brasil, por exemplo.

O ano de 2012 marca também os 60 anos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP). O empenho e a determinação de uma geração de pesquisadores pioneiros alavancaram e transformaram um projeto de lei em uma empreitada bem sucedida. Em seu belo texto, que apresenta nossa faculdade e a contextualiza historicamente, a Profª.Drª. Maria Augusta de Sant'Ana Moraes destaca os propósitos inovadores (ensino, pesquisa e prestação de serviços), além de um olhar voltado para as expectativas da indústria para com a faculdade, sob os quais a FMRP-USP foi fundada e que a norteiam até hoje.  À época, esses requisitos atendiam também aos padrões exigidos pela Fundação Rockefeller. Vale destacar que além de implantar a FMRP-USP, o Prof. Dr. Zeferino Vaz, seu primeiro diretor, ainda ajudou a fundar a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A FMRP-USP, com seus alunos, docentes, hospitais, certamente contribuiu para moldar a Ribeirão Preto que 60 anos depois da implantação da Faculdade é uma cidade transformada.

Analisando as histórias destas faculdades, fica claro que o sucesso do ensino e da pesquisa e a tradução desses em melhoria da saúde pública estão essencialmente sob nossa responsabilidade. Atuando na academia ou junto a órgãos políticos, administrativos ou agências de fomento, determinaremos com nosso ânimo, dedicação e ousadia a continuidade e fundação de instituições das quais possamos nos orgulhar. Assim, cabe aqui perguntar: em que patamar gostaríamos de encontrar o ensino, a pesquisa e o sistema de saúde no Brasil em 2112? Que tal começar hoje, corrigindo o que nos parece imperfeito e traçando como será o futuro?

Notas:

1. A reportagem sobre a FM-USP pode ser assistida na página do Jornal da Cultura (segundo bloco da edição de 11/06/12). Creio que as reportagens que estão por vir serão igualmente interessantes.

2. O site da FMUSP também traz um vídeo institucional comemorativo que vale a pena ser visto.


Post de Rodrigo F Rodrigues.
Pós-doutorando FMRP/Iba - USP

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