Blog da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI). O blog é voltado para temas de interesse dos sócios da SBI, mas aberto à toda a comunidade. Além de comentários sobre artigos, congressos e reuniões no tema da imunologia, o SBlogI trata de assuntos gerais de ciência e educação cientíifica. Este blog é seu. Comente, discuta, concorde - ou discorde!
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
STING (stimulator of IFN genes) virou innate imune receptor?
Eu me lembro bem quando em meados de 2003 o Dan Stetson, na época um Pós-Doc do Ruslan, entrou exultante no laboratório dizendo que tinha demonstrado que a transfecção de DNA em macrófagos ativa uma resposta imune inata que levava a produção de interferon do tipo I de maneira dependente de IRF3. O trabalho acabou publicado na Immunity em 2006 (aqui).
Depois disso, dezenas de outros trabalhos foram publicados reportando que a presença de DNA exógeno, no citoplasma de macrófagos e DCs, gera uma forte resposta de interferon do tipo I. O processo é dependente da kinase TBK1 e do fator de transcrição IRF3. Além dessas moléculas, uma proteína transmembrana chamada STING é necessária para essa sinalização em resposta ao reconhecimento de DNA citoplasmático.
Em um trabalho recente publicado na Nature (aqui) foi demonstrado que STING funciona como um sensor específico de ácidos nucleicos bacterianos chamados dinucleotídeos cíclicos (cyclic dinucleotides). Os dinucleotídeos cíclicos são componentes essenciais para a sinalização intracelular em bactérias e regulam diversos processos na célula bacteriana. Os achados chamam a atenção porque STING passa a ser um novo receptor da imunidade inata de mamíferos já tendo seu ligante definido. Os dinucleotídeos cíclicos enquadram-se bem na classificação de PAMPs (do inglês, Pathogen-Associated Molecular Patterns) por serem bastante conservados e amplamente utilizados na manutenção das células bacterianas. Diante disso, é razoável aceitar que o sistema imune inato tenha desenvolvido um sistema de reconhecimento específico para esses novos PAMPs, os dinucleotídeos cíclicos.
No Brasil quem vem trabalhando ativamente com isso é o Sergio Costa, que inclusive já publicou um post no nosso blog sobre o assunto (aqui).
Vale a pena conferir e acompanhar o desdobramento dessa história.
O Tema é realmente quente e vem chamando a atenção de muitos. Há muita gente fazendo, principalmente com vírus…..Acho que no Brasil não tem o animal… ou tem?
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