sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Uma vez asmático, sempre asmático


Estima-se que a asma acomete entre 20% a 30% de nós brasileiros, sendo a terceira causa de hospitalização, com cerca de 370 mil internações ao ano, segundo o SUS.

Estudos em modelos experimentais e em humanos tem descrito genes associados com doenças atópicas, como por exemplo TIM1 (T cell, immunoglobulin, mucin receptor molecule 1). Este gene codifica uma proteína de membrana que é expressa por células T quando estas são ativadas. Conseqüentemente, estas células, linfócitos Th2, promovem um tipo de processo inflamatório que é a base patológica da asma. Sonar e colaboradores então (doi: 10.1172/JCI39543) desenvolveram anticorpos anti-TIM1, com a finalidade de bloquear a ligação das células T que o expressa com células dendríticas. Com este bloqueio, utilizando camundongo SCID humanizados, os pesquisadores conseguiram com sucesso diminuir a inflamação e consequentemente a hiper-reatividade das vias aéreas destes animais. O efeito do tratamento protetor e terapêutico, como demonstrado pela pesquisa, é decorrente do bloqueio da interação entre células dendríticas e linfócitos Th2, diminuindo substancialmente a proliferação e produção de citocinas por estas.

Como TIM1 apresenta vários sítios de ligação, e anticorpos podem ser desenvolvidos para cada um deles, seria ideal que o bloqueio de um deles conferisse regulação do sistema imune de maneira a não comprometer suas demais funções. Quem sabe futuramente bombinhas de TIM1 não estejam disponíveis comercialmente. Eu particularmente adoro esta família de proteínas!

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