domingo, 23 de maio de 2010

Qualidade dos resultados de PCR em tempo real em questão: É hora de um maior rigor dos dados apresentados?

Um comentário recente na Nature Medicine (doi:10.1038/nm0410-349) trás uma discussão interessante sobre a qualidade dos resultados produzidos, bem como a forma de apresentação dos ensaios de PCR em tempo real (qPCR).

A técnica de PCR em tempo real se tornou o método de escolha para a detecção e quantificação de ácidos nucléicos com inúmeras aplicações na pesquisa, diagnóstico e medicina forense; e é largamente empregada na área de imunologia. Entretanto, falhas nas condições de preparo das amostras, problemas no desenho do estudo e metodologias de análise de dados inapropriadas tem resultado em um grande número de publicações com resultados inconsistentes, irrelevantes ou que não possibilitam a reprodução adequada dos dados apresentados.

Em vista disso, um grupo de pesquisadores de diferentes instituições se juntou para elaborar uma proposta de diretrizes para a publicação de resultados de qPCR chamado de Minimum Information for Publication of Quantitative Real-Time PCR Experiments (MIQE) (Bustin et al. 2009 Clin. Chem. 55, 611622, 2009; Bustin 2010, Methods 50, 217–226, 2010).

Apesar da moioria dos pesquisadores concordarem que uma melhora na padronização dos ensaios de qPCR é necessária, nem todos os pesquisadores estão convencidos que a implementação do MIQE é a melhor saída. Alguns periódicos científicos começam a adotar as diretrizes do MIQE incluindo os periódicos editados pela BMC (BioMed Central), porém ainda não como uma exigência clara aos autores. Entretanto outros periódicos aguardam uma maior adesão e concordância da comunidade científica. Vale a pena conferir.

2 comentários:

  1. Além disso muitos autores utilizam primers não validados ou com eficiências abaixo de 90%, o que é crítico para própria fórmula de quantificação relativa, podendo desta forma ocorrer interpretações equivocadas dos achados.

    Lucas

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  2. Muito bom o post Patricia. Atualmente em nosso laboratório temos utilizado esta técnica como método de screening de produtos gênicos expressos para, em seguida, buscar uma análise mais detalhada a cerca da proteína associada (ex. ELISA, Imunofluorescência, etc). Abcos.

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