domingo, 30 de junho de 2013

O “Papa” do óxido nítrico em solos ribeirão-pretanos




Nos últimos dias 27 e 28 deste mês, às 13h, nós, alunos da FMRP-USP, fomos agraciados com 2 palestras. Certamente os leitores que estavam tirando um belo cochilo pós-almoço naquele momento devem estar pensando agora “Agraciados?? Até parece!!”.
Sim! E nós explicamos... As palestras foram ministradas por ninguém menos que Salvador Moncada, colaborador de trabalhos que descreveram drogas como aspirina (inibidora de prostaglandinas) e o principal responsável pela identificação de óxido nítrico como mediador biológico, bem como pela elucidação das vias metabólicas que levam à sua síntese. Ainda não os convencemos? Bom, podemos então ressaltar que este distinto senhor da foto possui “míseros” 800 artigos publicados (sendo mais de 18 na revista NATURE), possui mais de 128.000 citações rankeando-o como o terceiro maior índice H (acima de 160) e ainda é autor de 2 dos 10 artigos mais citados do mundo! Boquiabertos, né?
As palestras abordaram temas bem distintos. Na primeira discursou sobre “Conexão entre progressão do ciclo celular e as necessidades metabólicas”. Resumindo a trajetória de suas descobertas, Moncada demonstra que a glicólise é um processo essencial para a proliferação celular. Uma das enzimas-chave que desencadeia este processo é a fructose-2,6-bisfosfatase (PFKFB3). Esta enzima é reprimida por uma ubiquitina-ligase denominada APC/C-Cdh1. Em neurônios, células caracterizadas pela baixa capacidade proliferativa, os níveis de APC/C-Cdh1 estão elevados, presumivelmente controlando a tradução da PFKFB3, o que impede sua proliferação. Por outro lado, os astrócitos possuem altos níveis de PFKFB3, facilitando a progressão do ciclo celular de G1 a S. Num futuro próximo, o professor Moncada pretende usar suas descobertas no controle da proliferação exacerbada de células cancerígenas, as quais são caracterizadas pela alta expressão de PFKFB3. Certamente o alvo dos estudos será a APC/C-Cdh1.
Na segunda palestra, Moncada tratou da importante, porém complicada, relação entre a Academia e a Indústria. Com ampla experiência como diretor científico e como pesquisador, Moncada defende a aproximação das universidades com indústrias farmacêuticas para impulsionar novas descobertas na área científica, com o intuito de gerar novos fármacos. O passo inicial já foi dado pelo próprio professor Moncada, após estabelecimento de parcerias com indústrias londrinas. Esta parceria foi encarada com bons olhos por outras companhias, as quais estão cada vez mais cientes da importância de estabelecer parcerias e ainda mostram-se mais flexíveis com as exigências com relação às patentes e exclusividade de mercado.

E agora? Vocês estão convencidos de que fomos agraciados?

Post de Marcela Françozo, Marcela Davoli e Tiago Medina – (FMRP- IBA)

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