O Chicungunya (CHIKV)
é um arbovírus,
do gênero Alphavirus (Togaviridae), transmitido aos
seres humanos pelo mosquito do gênero Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue. O período de
incubação do vírus é de 4 a 7 dias, após esse período, o paciente
apresenta principalmente febre repentina acompanhada de dores nas articulações.
Em alguns
casos, porém, as dores articulares podem permanecer por meses e até anos e a doença,
na maioria dos casos, é auto-limitante. O vírus CHIKV
causou mais de 1,4 milhões de casos na América em mais de 40 países (Kendrick et
al., 2014).
Estudos anteriores
mostraram que soro hiperimune induzido por CHIKV
gera proteção cruzada entre diferentes cepas do próprio vírus e de outros alphavirus.
Estes estudos sugerem que existem epitopos conservados em diferentes alphavirus
e estes podem ser reconhecidos por anticorpos transferidos de forma passiva. O trabalho
publicado na Cell (Fox et al.,
2015) mostrou que o
epitopo reconhecido pelos anticorpos sendo responsável de gerar a proteção
cruzada é a proteína E2. Esta glicoproteína contém três domínios (A; B e C) e se
encontra na superfície do virião maduro e junto com a glicoproteína E1,
facilita a ligação e a endocitose mediada por receptor, além da fusão dentro
dos endossomas. Os pesquisadores obtiveram anticorpos monoclonais que possuem
reconhecimento mediante a região variável do domínio B da proteína E2. Quando
acontece a ligação destes anticorpos ao domínio B da glicoproteína E2 dos alphaviruses,
impede a entrada e a saída do vírus, conferindo proteção contra a infecção in
vivo contra diversos alphavirus. Esses dados abrem novos caminhos para o
possível desenvolvimento de uma vacina à base de anticorpo que permite imunizar
contra vários alphaviruses de preocupação global.
Referências
Post de Gretel Rodríguez
Rodríguez (Mestranda FMRP/USP – IBA)
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