Candida albicans é uma espécie de fungo diploide que causa alguns tipos de
infecções orais e vaginais em humanos. Esse microorganismo normalmente não
costuma provocar quadros graves em pacientes saudáveis, mas pode se tornar
perigoso caso o indivíduo se torne imunocomprometido. Desse modo, o fungo pode
atingir órgãos internos e provocar infecção grave e generalizada.
Nesse contexto, já é descrito que os peptídeos
antimicrobianos (do inglês, antimicrobial
peptides, AMPs) produzidos pelo tecido epitelial do hospedeiro estão
associados à resistência e ao killing de micro-organismos. Pacientes que
apresentam deficiência em produzir AMPs geralmente são mais suscetíveis a diversas
infecções fúngicas e bacterianas.
Jeffrey Tomalka e colaboradores (2015), demonstraram em modelo de infecção oral por Candida
albicans que camundongos deficientes para β-defensina 1, apresentaram
elevada disseminação fúngica sistêmica e no trato gastrointestinal, em relação
aos animais selvagens. Isso se deve ao
fato de que a resposta está associada à expressão diminuída de citocinas
importantes para o recrutamento leucocitário, como IL-1β, IL-6, KC e IL-17. No
tecido bucal, a migração de neutrófilos, avaliada por microscopia confocal,
revelou que animais geneticamente deficientes também apresentaram menor
recrutamento desse subtipo celular.
Por fim, foi visto ainda que β-defensina 1 está associado
à manutenção de outros AMPs importantes. Animais deficientes expressavam β-defensina
2, 4 e catelicidina de forma diminuída, com nenhuma diferença significativa
para β-defensina 3 e β-defensina 14.
Esse estudo demonstrou a importância de β-defensina
1 em conferir resistência em modelo de infecção fúngica por via oral. Nesse sentido, β-defensina 1 estaria envolvida no recrutamento leucocitário, bem
como na modulação de expressão de genes importantes para o processo
inflamatório. A partir dessa descoberta, o peptídeo β-defensina 1 se torna um
potente alvo terapêutico para o desenvolvimento de novos medicamentos eficazes para
contenção de infecções causadas por Candida albicans.
Post de Pedro Oliveira (mestrado FMRP/IBA)
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