Motivado pelos alunos, Projeto faz debate sobre EBOLA
O Projeto Imunologia nas Escolas
realizou nesta quarta-feira, dia 19 de novembro, sua última atividade de 2014,
na Escola Estadual Alves Cruz, em São Paulo, com um debate sobre Ebola.
O debate foi um sucesso! Auditório
cheio, exposições muito interessantes do Dr. Aluísio Segurado (Prof. Faculdade
de Medicina da USP e Pesquisador do nosso iii-INCT- Instituto de Investigação
em Imunologia – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) e da Dra. Rachel
Soeiro (Programa Médicos Sem Fronteiras) e muitas perguntas interessantes dos
alunos.
Foto 1: Dr. Aluísio Segurado (Prof. Faculdade de Medicina da USP e Pesquisador do nosso iii-INCT- Instituto de Investigação em Imunologia – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) e da Dra. Rachel Soeiro (Programa Médicos Sem Fronteiras)
Primeiro, o Dr. Aluísio falou
sobre o que é a infecção pelo Ebola, abordando questões epidemiológicas, fisiopatológicas
- sobre o que acontece com o organismo quando infectado pelo vírus - as
dificuldades do tratamento em locais de precárias condições de saúde, e os
desafios mundiais para conter a epidemia e desenvolver uma vacina e outras
formas de tratamento. Explicou como a epidemia tem se espalhado na África e
destacou que, em tempos globalizados, onde as pessoas circulam no mundo, a infecção
pelo Ebola - mesmo outras epidemias - tem grande chance de chegar a várias
partes do mundo.
Foto 2: Dr. Aluísio Segurado com a palavra - 'A infecção pelo vírus Ebola'
Dra. Raquel trouxe uma
contribuição muito especial, falando sobre sua rica experiência na África, como
médica do programa Médicos Sem Fronteiras.
Trabalhou durante um mês num pequeno vilarejo chamado Telimele, na Guiné, cuidando dos doentes e estabelecendo
estratégias para conter a epidemia na região. Foi emocionante ouvir suas
histórias cheias de coragem e humanismo. Sobre as dificuldades e as conquistas,
sobre o cuidado aos doentes e as diferenças culturais. Sobre o feliz relato de como conseguiram
tratar muitos doentes (75% de sucesso), conter a transmissão e acabar com a
doença no vilarejo.
Foto 3: Dra. Rachel Soeiro: 'Experiência com o Ebola no Programa Médicos sem Fronteiras'
Entre as duas apresentações, passamos
também um vídeo curtinho com uma matéria da jornalista da Folha de São Paulo,
Patrícia Campos Mello, gravado em Serra Leoa, região de epidemia da infecção
pelo Ebola, propiciando-nos com uma verdadeira
“viagem” ao drama das pessoas que vivem, hoje, esta epidemia.
As muitas perguntas dos alunos mostraram,
claramente, seu interesse e curiosidade.
Perguntas sobre mutações do
vírus, desenvolvimento de vacinas, formas de transmissão, como a infeção mata,
por que alguns conseguem sobreviver, se pode chegar ao Brasil, etc, etc.
No fim, aclamada pelo Dr.
Aluísio, uma homenagem especial à ONG Médicos
Sem Fronteiras, na pessoa da Dra, Rachel, pelo corajoso e importantíssimo
trabalho que realizam no mundo. Muitos e muitos aplausos, bem merecidos.
Para mim, ficam muitas imagens e
perguntas na cabeça. Como nós, humanos, construímos, numa perspectiva
evolutiva, interações com os microorganismos? Enquanto alguns chegam de forma
devastadora - como o vírus Ebola - temos, hoje, milhares e milhares de microorganismos
vivendo, de forma sinérgica, em nosso organismo. Ficam imagens de vida e de
morte, da fragilidade da vida humana, imagens de luta e de coragem. Fica a bonita imagem do abraço do paciente,
no momento da alta, por ter vencido a infecção.
Foi uma grande alegria ver que os
jovens se interessaram e participaram. Claro que houve também conversas e algum
zum-zum-zum... Mas, isto faz parte. Afinal de contas, são adolescentes e cheios
de inquietações.
Certamente, ficamos com um
sentimento muito bom. Fechamos nosso ano de atividades do Projeto da escola com
um sentimento positivo de algo que motivou os adolescentes a pensar e a perguntar.
Algo que pode até parecer estar longe do mundo deles – na África - mas, sim, também
diz respeito a todos nós.
Vale destacar que este debate foi
motivado pelo interesse dos alunos.
Foram eles que nos pediram para
discutir sobre Ebola. E nós topamos. Tivemos alunos de cada turma que nos ajudaram
na organização, pesquisaram para elaborar perguntas, prepararam cartazes e
percorreram as salas de aula para falar sobre o debate.
Pensamos que este é um caminho a
ser cada vez mais explorado no Projeto. Envolver os alunos e professores da
escola na busca de caminhos compartilhados, nos quais possamos discutir e refletir
sobre temas de ciências, sobre a lógica do pensamento científico; sobre este
certo olhar indagador do mundo.
Muitos novos estímulos e desafios
para 2015!
Verônica Coelho
Coordenadora Geral do Projeto Imunologia nas Escolas
iii-INCT – Instituto de Investigação em Imunologia
Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
Médica Pesquisadora
Laboratório de Imunologia
InCor- FMUSP
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