É bem reconhecida a importância de camundongos como modelos
de resistência e susceptibilidade à infecção por Leishmania e alguns conhecimentos gerados nestes modelos foram
transpostos para entendimento da leishmaniose humana. Todavia sabemos das
limitações desses modelos experimentais para estudos sobre mecanismos de
imunopatogênese, de vacinas e de avaliação de novas drogas leishmanicidas,
aspectos também difíceis de avaliar no homem.
Recentemente,
Wege, AK e cols publicaram a utilização de camundongos humanizados para avaliar a infecção de L. major e resposta ao tratamento.
Camundongos NSG transplantados com células hematopoéticas pluripotentes CD34
desenvolvem células T , B, NK e células mielóides e têm habilidade de montar
resposta imune inata e adaptativa em resposta a antígenos.
A infecção cutânea
com L. major deste camundongo
humanizado foi marcada por aumento da lesão, disseminação para linfonodos,
fígado, medula óssea e menos intensamente para o baço. A taxa de mortalidade
dos animais aumenta com doses crescentes do inóculo.
Um aspecto
interessante deste trabalho foi que o uso de Miltefosina, droga leishmanicida
empregada no tratamento de leishmaniose visceral ou tegumentar, foi eficaz em
reduzir a carga parasitária dos animais humanizados infectados, abrindo
possibilidades para o teste de novas drogas e vacinas contra a leishmaniose,
bem como para avaliar os efeitos adversos às drogas.
Ficamos na
expectativa de novos trabalhos com este modelo.
Roque Almeida
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