Figura: Sinalização celular via TGF-beta e o seu efeito na sobrevivência celular e resistência a droga no câncer. Fonte: López-Diaz et al., 2013
A capacidade de células cancerígenas de resistir
ao estresse metabólico causado pela quimioterapia é dependente da ação do
TGF-beta, que previne apoptose pelo bloqueio da sinalização via p53.
TGF-beta age com um fator anti-proliferativo em
células epiteliais normais e nos estágios iniciais do desenvolvimento do câncer.
Entretanto, quando a célula torna-se cancerígena, partes da via de sinalização
de TGF-beta estarão mutadas. Dessa forma, quando células cancerígenas e células
estromais adjacentes proliferam causam aumento da produção de TGF-beta. O
TGF-beta age em células estromais adjacentes, células imunes, endoteliais e
células do músculo liso causando imunossupressão e angiogênese, o que faz o câncer
ser mais invasivo.
Pesquisadores do Salk Institute of Biological Studies em La Jolla, Califórnia, EUA,
examinaram células pré-malignas e células cancerígenas de tumores de mama e
pulmão e publicaram o estudo na edição de maio do jornal Molecular Cell. Durante o estudo, eles verificaram que em cerca de
metade dos tumores de mama, incluindo lesões pré-malignas, quando a sinalização
via TGF-beta estava mais ativada, os níveis da proteína supressora de tumores
p53 estavam reduzidos e vice-versa – Se a via de TGF-beta estava reduzida,
níveis maiores de p53 eram encontrados.
Embora agentes capazes de inibir TGF-beta estejam
já sendo testados contra cânceres disseminados, o estudo oferece novos indícios
significativos para o desenvolvimento inicial do câncer e novos direcionamentos sobre o seu tratamento. A possibilidade de se usar um único agente não
apenas para o tratamento do câncer avançado, mas também para os casos de lesões
pré-malignas abre uma nova perspectiva para o tema.
Referência
López-Díaz
FJ, Gascard P, Balakrishnan SK, Zhao J, Del Rincon SV, Spruck C, Tlsty TD,
Emerson BM. Coordinate Transcriptional and Translational Repression of
p53 by TGF-β1 Impairs the Stress Response. Mol Cell. 2013 May 23;50(4):552-64.
doi: 10.1016/j.molcel.2013.04.029.
Muito interessante. Estudos que associam imunologia, biologia celular e metabolismo estão proliferando e esse parece sem um caminho sem volta - que bom! Parabéns pelo post.
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