Eis que como um raio luminoso e digo logo um tanto DESESPERADOR
! rs que já de meias e assistindo a Retrospectiva
2012, recordei-me (ao fazer a MINHA retrospectiva do ano) do encarecido e já
longínquo pedido do querido chefe para a confecção de um post!... Foi então,
que em meio às lamentações temporárias me lembrei de algo muito interessante
que havia lido na semana passada em uma dessas redes sociais (fingindo agora,
um certo descaso! rs) e que confesso um tanto descrente no início, fui atrás do
suposto trabalho.
Contrariamente ao esperado pela máxima “tal pai, tal filho
“cientistas da Universidade da Pensilvânia (U Penn) mostraram que filhos de
ratos machos usuários de cocaína, eram mais propensos a resistir o vício. Os
resultados publicados no dia 16 de dezembro na revista Nature Neuroscience “foi exatamente o oposto do que
esperávamos", afirmou Chris Pierce, que liderou o estudo.
Pierce permitiu que ratos machos ingerissem cocaína por 2
meses e, colocando fêmeas livres de drogas na mesma caixa, testou posteriormente
a reação dos filhotes à cocaína. As filhas provaram ser tão sensíveis quanto os
pais, no entanto os filhos eram mais resistentes. Comparado com os filhotes gerados
por ambos os pais livres de drogas, os filhos machos obtidos pela situação
anterior levaram um maior período de tempo para alcançar os mesmos níveis de
dependência.
Foi observado em tais animais, um aumento tanto em nível de
mRNA quanto proteico de uma proteína denominada fator neurotrófico derivado do
cérebro (BDNF) no córtex pré-frontal medial (mPFC), uma parte do cérebro que é
amplamente envolvida no controle do comportamento – e, constatado também, um
aumento da associação de histona H3 acetilada com promotores de BDNF, causando um aumento na expressão do gene apenas
na descendência masculina de ratos viciados em cocaína. As mesmas alterações
também ocorrem no esperma dos reprodutores e podem dessa forma, serem
transmitidas aos filhotes.
Ainda não está claro por que essa proteção não é repassada
para as filhas, bem como, se pode ser herdada de ratas. Pierce acrescentou que
"BDNF certamente não é o único jogador." Sua equipe vai analisar os
genomas completos de seus ratos para identificar outras proteínas que possam
estar envolvidas, o que então levaria a pistas para o tratamento da
dependência.
Coletivamente, esses resultados indicam que o comportamento
de ingestão voluntária paterna de cocaína resulta em reprogramação epigenética dos
descendentes, tendo efeitos profundos sobre a expressão gênica no córtex
pré-frontal medial (mPFC), comportamento e consequente resistência à cocaína
pela prole masculina. Embora ainda não seja claro se os resultados se aplicam
aos seres humanos e como a bendita epigenética é uma caixinha de surpresas...
Papais, repensem suas posturas! Afinal, nunca se sabe! =D
F. M. Vassoler
et al., “Epigenetic inheritance of a cocaine-resistance phenotype,” Nature
Neuroscience, doi:10.1038/nn.3280, 2012.
Post de Amanda Fonseca Zangirolamo - IBA
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