Durante o meus pós-doc e agora no Brasil na UFRJ e em fase de
formação
e estabelecimento de meu grupo de pesquisa, cada vez mais me pergunto o que faz
um pesquisador ou seu “time” bem sucedidos a ponto de fazer uma descoberta que
acaba por revolucionar um determinado campo da Ciência.
Aproveitando entrevista do recém-laureado com
o Nobel em Química Dr. Robert Lefkowitz (Duke University, North Carolina, USA)
- The Godfather of G Protein Coupled Receptors (GPCRs) na Circulation Research (Profiles in Cardiovascular
Science, Circ Res. 2010;106:812-814) publicada em 2010 (2 anos atrás) - tento fazer uma brincadeira e uma pequena
reflexão (leia a matéria e a entrevista na íntegra em http://circres.ahajournals.org/content/106/5/812.full).
Em determinado ponto da entrevista se discute qual o
segredo do sucesso e que characterísticas um grupo de pesquisa precisa ter que
o faz ser acima da média. A questão principal é que não existe fórmula, e de que
nem todas as pessoas bem sucedidas tem os mesmos “dons”. Mas se tivéssemos que
falar sobre isso e ressaltar alguns pontos, seriam os citados abaixo
relevantes? E com que ordem de importância?
O “segredo do sucesso” está:
( ) No hardwork – Sem “suor” as boas ideias
ficam no papel. Muitos tem boas ideias, mas o que os diferencia é a capacidade de
trabalhar para que elas se concretizem.
Na inteligência, mas aqui temos que criar subitens,
pois podem existir diferentes manifestações de inteligência.
( ) No dom do
conhecimento – esse é o inteligente
que lê todos os artigos da literatura e que sempre tem conhecimento acumulado e
algo a dizer sobre qualquer hipótese possível.
( ) No dom da
criatividade – esse é o inteligente
que tem a capacidade de “tirar da cartola” grandes e inesperadas ideias ou
sugestões
( ) No dom da
síntese
– esse é o inteligente que é capaz de analisar diferentes
achados e conectá-los de uma maneira que outros nunca fizeram.
( ) No dom da
“genialidade” (talvez essa não seja a definição mais correta) – esse é o inteligente que aponta em meio a muitas possibilidades o experimento perfeito para
responder determinada pergunta e é capaz de viabilizá-lo.
( ) Entusiamo,
foco e persistência.
Você pode ter 1,
2 ou 3 desses itens, mas se você tiver 4 ou mais, aumenta a possibilidade da
sua pesquisa se diferenciar. Faça o teste!!!!!
Para finalizar reproduzo aqui o advice que Dr. Lefkowitz deixa para young scientists (or not ) going through tough times:
“Keep going! And
that’s not just advice for scientists. Science is just one microcosm of life.
Of course, science is primarily failure. The fraction of our work that succeeds
is tiny. But, in any career or life, there will be low points. I give a talk to
the fellows here at Duke about once a year called, “How to deal with failure
and rejection in science.” The first thing I say is, “This lecture is not about
your love life.”
PS: Dr. Lefkowitz
clonou o primeiro GPCR -
o receptor adrenérgico beta2 - em 1986 e a clonagem de outros receptores
adrenérgicos se seguiu rapidamente. Quando Lefkwotiz começou sua carreira
cientifica no final da década de 60, não havia prova definitiva de que os GPCRs
na verdade existiam. Passou sua vida estudando a regulação e os mecanismos de
sinalização dos receptores adrenérgicos contribuindo não só na descoberta e
caracterização desta família de receptores, mas também acelerando as
descobertas no campo do funcionamento e regulação do sistema cardiovascular.
Boa semana a todos
Josi
Se eu pudesse, clicaria no botão do "curtir". Muito bom esse post para uma segunda feira.
ResponderExcluirAbraços
camila
Muito bom mesmo! Muito importante o que ele disse, e vi varios estudantes reproduzindo as palavras dele nas redes sociais. Inspiração sempre vem bem, nesse nosso dia a dia tão dificil. Abraço, Cris
ResponderExcluirRealmente um excelente post. Parabéns.
ResponderExcluirQuando li o título, achei que vc ia dizer algo como: "mantenha seus amigos perto, e seus inimigos mais perto ainda"....
Abs
Instiga um pouco de coragem.
ResponderExcluirWalk On!