quarta-feira, 20 de junho de 2012

Leishmania chagasi naturalmente resistente ao óxido nítrico!!!


Recentemente nosso grupo demonstrou a existência de isolados de Leishmania chagasi naturalmente resistentes ao óxido nítrico (NO) [http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1089860312000614]. Os experimentos foram realizados com isolados de L. chagasi obtidos de pacientes humanos e de cães e revelaram que 60% dos isolados circulantes no estado de Sergipe apresentam resistência ao NO. Foi demonstrado também que isolados resistentes ao NO apresentam maior sobrevivência em macrófagos murinos, com aumento do percentual de macrófagos infectados e do número de amastigotas por macrófagos. Sabendo que o NO é um dos agentes leishmanicidas mais eficientes do macrófago, como se dará a regulação da infecção por isolados resistentes?! Quais seriam os mecanismos de resistência?! Proteínas?! NTPDases?! Lipídios?! E as consequências clínicas no curso da leishmaniose visceral?! São cenas para próximos capítulos!!! 
Como chamada destacamos que em 2007, Giudice e colaboradores [http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1810296/?tool=pmcentrez] já haviam demonstrado esse perfil de resistência em L. amazonensis e L. braziliensis com forte correlação com desenvolvimento da forma mucosa da doença em pacientes portadores desses isolados. Da mesma forma, a resistência ao óxido NO foi relacionada com a refratariedade ao tratamento. Na leishmaniose cutânea, isolados de L. braziliensis obtidos de pacientes refratários ao tratamento foram mais resistentes ao óxido nítrico do que isolados de pacientes responsivos ao tratamento (Souza et al., 2010) [http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2915995/?tool=pmcentrez].

É a grandeza dos pequenos que mais nos surpreende!  




Priscila Lima, Doutoranda

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