quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Vacinação e autismo: debate reacendeu

Um trabalho publicado em 1998 na revista The Lancet defendeu a tese de que a administração da vacina tríplice viral (MMR; sarampo, rubéola e caxumba) estava associada ao desenvolvimento de autismo. Isso levou a um movimento de certa maneira forte, levando vários pais a não vacinar seus filhos, após o medo despertado pelo artigo (aqui) de Andrew Wakefield e colaboradores. Na ocasião, eles relataram que as doze crianças estudadas apresentaram anomalias intestinais e transtornos comportamentais como autismo (nove), psicose desintegrativa (uma) e possivelmente encefalite vacinal ou pós-viral (duas).

Em fevereiro de 2010, os editores da Lancet retrataram o artigo de Wakefield (aqui), alegando que “vários elementos do artigo são incorretos”. Agora, a revista British Medical Journal (BMJ) publica uma série de reportagens, de autoria do jornalista investigativo Brian Deer, reacendendo o acalorado debate.

O editorial pode ser lido aqui.

Deer acusa Wakefield de ter falsificado dados, criando a correlação entre vacinação e autismo (primeira reportagem aqui). Na segunda reportagem (aqui), publicada hoje, Deer diz que a “crise da vacina” foi criada para que Wakefield ganhasse dinheiro: a ideia é que o médico comercializaria “substituições para a vacina”, kits diagnósticos e outros produtos. As previsões de ganho relatadas hoje na BMJ eram de aproximadamente 43 milhões de dólares por ano só pela venha dos kits diagnósticos.

Segundo Deer, Wakefield se recusou a repetir seus estudos em um grupo de 150 crianças, alegando que sua liberdade acadêmica seria comprometida.

O cientista acusa o jornalista de ser pago pela associação das indústrias farmacêuticas britânicas.

Veja Anderson Cooper entrevistando Deer e Wakefield.



A discussão segue quente.

2 comentários:

  1. Sugiro ler: Bad Science - Ben Goldacre
    e seu blog: http://www.badscience.net

    artigo: http://www.badscience.net/2006/06/mmr-is-back/

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  2. Sinceramente, um pouco de senso crítico resolveria toda esta discussão. Foram necessário 12 anos para entender que “vários elementos do artigo são incorretos” ou só sou eu que acho que Wakefield merecia desde 1998 um ignobel!

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