terça-feira, 31 de agosto de 2010

Last call - Imuno 2010



Caros, hoje é o último dia!

Não percam a oportunidade para enviarem resumos dos trabalhos a serem apresentados no Imuno 2010, bem como para concorrerem aos prêmios:

  1. Melhor trabalho do evento;
  2. Prêmio BD para o melhor projeto envolvendo citometria de fluxo;
  3. Prêmio Thereza Liberman Kipnis-LFB para o melhor trabalho de imunologia terapêutica;

Acessem o site do evento e aproveitem a última oportunidade!

http://www.imuno2010.com.br/

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Dia do blog. Como anda o SBlogI?


Amanhã é o Dia do Blog. Um bom momento para avaliar como anda o nosso SBlogI.
Como estamos 5 meses após zarpar? Se estamos bem, ou não, é difícil decidir na ausência de claros parâmetros contra os quais se avaliar. Não temos dados precisos de outros blogs científicos. Menos ainda blogs científicos em português.
Vejam os nossos dados ( do lançamento em 29/03/2010 até o dia 28/08/2010):


Temos uma tendência de crescimento e possibilidade de atingir mais leitores. O SBlogI fica mais conhecido e os seus leitores habituais o tornam conhecido de outros.
Para manter, e mesmo acelerar, a expansão do SBlogI precisamos manter a regularidade da postagem, textos atraentes etc. Ou seja seguir os 10 Mandamentos do Bom Blogueiro:


1. Postearás sólo contenido de máxima calidad

2. Serás constante

3. No ignorarás a tu audiencia

4. Conectarás y colaborarás con otros bloggers

5. Participarás activamente en las principales redes sociales

6. Tu pasión por el tema de tu blog debe ser puro fuego

7. Serás paciente como el gusano que espera convertirse en mariposa

8. Serás completamente transparente

9. Serás tan entretenido y original como puedas

10. Tendrás un diseño de categoría


Vejam que temos bastante para avançar! Quanto ao item 5, estamos com 300 amigos no Facebook.


De onde nos lêem?












Ilustração.

domingo, 29 de agosto de 2010

Como analisamos nossos experimentos de citometria de fluxo?

Atualmente, imunologistas utilizam rotineiramente a citometria de fluxo para buscar respostas para as mais variadas perguntas. Quando falamos nessa técnica, consigo enxergar três diferentes etapas dentro de um experimento:
1) obtenção da amostra e marcação desta com anticorpos acoplados a compostos fluorescentes.
2) passagem de cada amostra através do citômetro de fluxo, quando células serão transformadas em arquivos (eu chamo essa fase de aquisição).
3) análise dos dados obtidos para a geração de cada valor de interesse, quando para cada amostra são montados gráficos com populações e subpopulações conforme a pergunta a ser respondida.

É sobre a terceira etapa que quero questionar. Como vocês analisam? Será que podemos melhorar?

Com avanços técnicos na área temos citômetros de fluxo cada vez mais completos (e complexos) e, embora ainda seja uma técnica restrita, vários laboratórios brasileiros têm estrutura para realizar experimentos com muitas fluorescências ao mesmo tempo. Em Ribeirão Preto, por exemplo, temos capacidade de fazer oito fluorescências distintas. Com o aumento na complexidade dos experimentos, será que devemos modernizar nossas estratégias e ferramentas de análise de dados? Atualmente utilizo apenas os caminhos para identificação de uma dada população, uma abordagem de "Gates" ou populações em sequência de "Gates" em linfócitos; "Gate" em CD4+; "Gate em CD25+, como na figura 1:

Figura 1: Uma abordagem simples para verificar expressão de Foxp3 em linfócitos CD4+ CD25+ ou CD25-.


Porém, quando há um aumento no número de fluorescências utilizadas ao mesmo tempo, a análise torna-se complexa, difícil, com alto gasto de tempo, sujeita a erros e o que eu considero mais sério: através dela atentamos somente para populações que estariam alteradas de acordo com a hipótese inicial do experimento, deixando de lado outras populações que também podem estar alteradas, que podem modificar os rumos do projeto e estão prontas, "camufladas", dentro do arquivo gerado pelo citômetro. Para exemplificar a complexidade dos dados gerados, em um experimento com oito fluorescências é possível identificar populações positivas e negativas para cada uma delas, o que cria a probabilidade de 28 = 256 populações possíveis, tornando a análise bastante complexa. Será que dentro dessa probabilidade estamos enxergando todos os dados disponíveis? Vocês usam estratégias diferentes na análise de seus experimentos? Será que estamos deixando dados escaparem entre nossos dedos? Análises mais detalhadas trariam informações inusitadas?
Exemplo de ferramenta desenvolvida para esse tipo de abordagem é um software chamado SPICE (Simplified Presentation of Incredibly Complex Evaluations). Para sua utilização, é feita uma fase inicial, na qual populações positivas e negativas são determinadas em FlowJo (TreeStar Software) e posteriormente é utilizado o SPICE. Este software faz com que todas as combinações possíveis entre as fluorescências sejam analisadas, quantificando populações positivas para um ou mais parâmetros ao mesmo tempo, como no exemplo da figura 2, onde é analisada a população de CD4+ produtoras de IFN, TNF e/ou IL-2 em amostras submetidas a diferentes tratamentos. Eu tenho visto gráficos típicos deste software em algumas publicações em revistas de alto impacto, como Immunity, Journal of Experimental Medicine, Nature Medicine, Blood, entre outras e para quem nunca ouviu falar neste programa, talvez conheça as figuras bastante características geradas nessa análise, gráficos de pizza coloridos.


Figura 2: Um exemplo de análise usando SPICE, onde células CD4+ produtoras de IFN, IL-2 e TNF individualmente ou em qualquer combinação entre eles são quantificadas (C) e posteriormente classificadas em células que desempenham 1, 2 ou 3 funções (produzindo 1, 2 ou 3 citocinas) ao mesmo tempo (D). Modificado de Nat. Med. 13(7):pp. 843-50.

Fica aqui a pergunta: Como estamos analisando nossa citometria de fluxo? Será que podemos aprimorar nossas análises? Além de ferramentas de software como o exemplo citado, existem diferentes modelos matemáticos (algoritmos) que podem ser úteis na análise destes dados. Sobre esses assuntos, indico uma recente revisão, por Lugli e colaboradores (Cytometry A. 2010 Jul; 77(7): 705-13.), na qual diferentes abordagens, ferramentas matemáticas e de software, como SPICE, análise de clusters, "frequency difference gating" entre outros são discutidos em seus pontos positivos e negativos.

Referências Bibliográficas

Darrah PA, Patel DT, De Luca PM, Lindsay RW, Davey DF, Flynn BJ, Hoff ST, Andersen P, Reed SG, Morris SL, Roederer M, Seder RA. Multifunctional TH1 cells define a correlate of vaccine-mediated protection against Leishmania major. Nat. Med. 2007 Jul; 13(7): 843-50.

Lugli E, Roederer M, Cossarizza A. Data analysis in flow cytometry: the future just started. Cytometry A. 2010 Jul; 77(7): 705-13.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Assinatura transcricional na tuberculose


Post de Evelin Oliveira
Estima-se que cerca de um terço da população mundial esteja infectada com o bacilo da tuberculose (TB). Para 90% dos indivíduos não haverá evolução do estágio de infecção para a doença, e uma das grandes dificuldades no controle da TB está em prever a transição deste estágio latente para a forma ativa, única capaz de transmitir a micobactéria para novos hospedeiros.
Na tentativa de identificar precocemente a evolução da TB latente para forma ativa da doença, Matthew Berry e  colaboradores avaliaram o perfil transcricional a partir do sangue de pacientes com tuberculose ativa (antes do tratamento), indivíduos com TB latente e controles sadios. Foram identificadas 393 assinaturas transcricionais em pacientes com TB ativa as quais indicam que os genes expressos estão relacionados a uma resposta inflamatória. Cerca de 10-25% dos perfis transcricionais de pacientes com TB latente foram agrupados com os de pacientes com TB ativa, sugerindo que há um risco potencial da progressão da tuberculose latente sub-clínica para doença ativa. Este tipo de estudo pode auxiliar no diagnóstico precoce de uma possível re-ativação dos indivíduos com TB latente evitando a forma ativa da doença.
Os 393 genes expressos que compõem a assinatura da TB ativa também são observados em outras doenças, já que são preditivos de resposta inflamatória. Após o tratamento contra tuberculose nos pacientes com doença ativa houve diminuição da expressão de 86 genes, os quais foram correlacionados a uma resposta anti-micobacteriana quando comparada às outras infecções. 
Segundo o trabalho, a assinatura transcricional também pode ser usada para monitorar a eficácia do tratamento, já que nos pacientes com TB ativa após dois meses de terapia houve diminuição da expressão dos genes e após um ano os genes relacionados a resposta inflamatória não foram mais expressos. Isto reflete a resposta do hospedeiro à infecção pelo M.tuberculosis.
Para avaliar o conjunto de genes que são coordenadamente expressos em diferentes doenças, o grupo de Berry definiu módulos específicos que identificaram componentes funcionais da resposta do hospedeiro durante a tuberculose ativa. Um dos resultados mostrou que o aumento de genes responsáveis pela transcrição do IFN de pacientes com TB ativa correlaciona com severidade da doença. 
A busca de genes que servem como assinatura de gravidade da doença ou indicativo de re-ativação pode nos levar a melhorias tanto no tratamento quanto no diagnóstico precoce da tuberculose.


Berry MP, Graham CM, McNab FW, Xu Z, Bloch SA, Oni T, Wilkinson KA, Banchereau R, Skinner J, Wilkinson RJ, Quinn C, Blankenship D, Dhawan R, Cush JJ, Mejias A, Ramilo O, Kon OM, Pascual V, Banchereau J, Chaussabel D, & O'Garra A (2010). An interferon-inducible neutrophil-driven blood transcriptional signature in human tuberculosis. Nature, 466 (7309), 973-7 PMID: 20725040

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Apresentadoras de antígenos incondicionais!

Por mais que tento sair do tema, me deparo com achados interessantes e esclarecedoras sobre células dendríticas (DC) e monócitos que merecem ser trazidos para o nosso blog. Desta vez, um de nos, Alice O. Kamphorst, que está atualmente como pós-doutoranda no laboratório do Michel Nussenzweig, acaba de publicar no Journal of Immunology um elegante trabalho mostrando que diferente das DCs, os monócitos ativados não são especializados para a execução da tarefa de apresentar antígenos.

O que enriquece muito o trabalho da Alice é sua abordagem experimental. Apesar de já estar descrito que tanto DCs quanto monócitos ativados são capazes de apresentar antígenos, uma comparação sistemática do processamento e apresentação de antígenos por estas células após a captura por diferentes vias, ainda não tinha sido cuidadosamente explorada. Assim, ela e seus colaboradores compararam a apresentação através de MHC de classe I e II por DCs esplênicas ativadas ou em repouso, monócitos ativados, células B, e DCs derivadas de cultura de medula óssea na presença de GM (GM-DC) e ligante FLT3, após captura de antígenos mediada por endocitose, pinocitose ou fagocitose. Os resultados mostram que as DCs esplênicas convencionais são diferentes de todas as outras células avaliadas por eles. As primeiras executam eficientemente a função de apresentação antigênica independente da rota de captação do antígeno ou do seu estado de ativação. Por outro lado, a rota de captura do antígeno influencia na eficácia das outras células em apresentar antígenos. Como demonstrado por eles, monócitos ativados e GM-DC são muito similares as DCs convencionais na apresentação cruzada de antígenos endocitados, mas as primeiras se tornam praticamente inativas quando os mesmos antígenos são capturados por fagocitose. Além disto, quando o antígeno é endocitado via receptor, as células B ativadas são tão eficientes em apresentar antígenos via MHC de classe II quanto as DCsCD8+, mas o mesmo não acontece na ausência do receptor mediando este processo de internalização.

Recomendo a leitura e parabéns Alice! (doi:10.4049/jimmunol.1000359)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Células T reguladoras promovem mudanças fenotípicas e funcionais em macrófagos

Além de regular diretamente linfócitos T efetores, células B, NK, DCs, monócitos e neutrófilos, as células T CD4+CD25+Foxp3+ podem também promover, in vitro, a ativação alternativa de monócitos e macrófagos humanos, como demonstrado por Tiemessen e colaboradores no artigo “CD4+CD25+Foxp3+ regulatory T cells induce alternative activation of human monocytes/macrophages” (PNAS, 2007). A ativação alternativa ocorre na presença de IL-4, IL-13, IL-10, TGF-b e glicocorticóides e induz, em macrófagos M2, a produção de citocinas anti-inflamatórias, como IL-10 e TGF-b, e um aumento na expressão de arginase. Por outro lado, a ativação clássica ocorre através de mediadores pró-inflamatórios como LPS, IL-1b e IFN-g, que induzem macrófagos M1 a produzirem NO e citocinas pró-inflamatórias como TNF-a, IFN-g, IL-6 e IL-12. Com o propósito de investigar se células T reguladoras são também capazes de ativar alternativamente macrófagos em um modelo in vivo, Liu e colaboradores (“Phenotypic and functional switch of macrophages induced by regulatory CD4+CD25+ T cells in mice”, Immunology and Cell Biology, Junho de 2010) inocularam células T reguladoras CD4+CD25+ singênicas na cavidade peritoneal de camundongos SCID (não possuem linfócitos T e B). Os resultados mostraram que os macrófagos peritoneais de camundongos recipientes de células T efetoras apresentaram prevalência de macrófagos M1, e o mais intrigante foi que células T reguladoras além de promoverem a polarização de macrófagos para M2, inibiram a indução do subtipo M1 por células T efetoras, quando administradas concomitantemente. O bloqueio de arginase, IL-10 e/ou TGF-b reverteu a indução de macrófagos M2, sugerindo que células T reguladoras utilizam destas vias para sua polarização. Por ter evidenciado que a regulação da imunidade inata pode ocorrer in vivo por linfócitos T CD4 reguladores, podemos dizer que este trabalho contribui fortemente para o entendimento dos mecanismos que entrelaçam os dois braços da imunidade (inato e adaptativo).


Por Fabrine Sales Massafera Tristão - doutoranda, Imunologia Básica e Aplicada, FMRP, USP

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Novidades do ICI2010

Kobe, Japão - em meio à loucura que está sendo o Congresso Internacional de Imunologia aqui em Kobe, encontrei um tempinho para postar no blog alguns dos meus highlights do congresso:

- Max Cooper, de Emory, em Atlanta, falou sobre a evolução do sistema imune. O trabalho dele ficou conhecido alguns anos atrás, quando ele mostrou que a lampreia tem um sistema de rearranjo de DNA para a produção de receptores que funcionam como anticorpos que é funcionalmente equivalente mas mecanisticamente distinto do sistema dos vertebrados mandibulados. Hoje ele apresentou novos dados mostrando que a lampreia também usa um sistema identico para gerar células funcionalmente equivalentes a linfócitos T, que nao reconhecem antígenos solúveis e que sao capazes de responder em reações leucocitárias mistas a aloantígenos de outras lampreias.

- O prêmio Novartis de imunologia básica deste ano foi dado a Michael Bevan por seu trabalho relativo à restrição pelo MHC; o prêmio de imuno aplicada foi dividido por Charles Dinarello e Jurg Tschopp pelas descobertas da IL-1 e do inflamassomo, respectivamente, ambas as quais possibilitaram o uso de antagonistas da IL-1 no tratamento de várias doenças, desde a gota e a síndrome da febre periódica ao câncer e o diabetes.

- Antonio Lanzaveccia, do Instituto de Imunologia de Bellinzona, Suíça, mostrou novos dados do seu laboratório em que eles clonaram milhares de plasmócitos de pacientes com diversas infeções, inclusive dengue. Os dados mostram que, no caso desta última, anticorpos neutralizantes são direcionados a epitopos não conservados entre os 4 sorotipos, enquanto que anticorpos que reagem com os 4 sorotipos nao são neutralizantes.

- Hilde Cheroutre, do LIAI em San Diego, mostrou dados gerados pelo nosso amigo Daniel Mucida que mostram que células CD4 podem diferenciar-se em células CD4/CD8 duplo positivas no epitélio intestinal, e que essas células têm propriedades semelhantes às células CD8 citotóxicas, e podem ter um papel regulador.

- E isso tudo além da grande notícia, já postada pelo João, da eleição do Prof. Kalil para a presidência a IUIS em 2013. Parabéns a ele e à imunologia brasileira.

Um abraço de Kobe!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

ImunoGame

Uberlândia - O SBI na rede deste mês aborda o trabalho da comissão interna da sociedade no sentido de aprimorar o ensino em Imunologia no país. Aliado ao processo de reciclagem dos profissionais da área, julgo que nossa grande dificuldade é atrair a atenção dos alunos da nova geração. Este tema já foi alvo de post neste blog.

Neste sentido, a Federação de Cientistas Americanos (Federation of American Scientist - FAS) desenvolveu um jogo tendo a resposta imune como tema. A descrição do enfoque dado pela FAS segue abaixo:

Immune Attack™ is an educational video game that introduces basic concepts of human immunology to high school and entry-level college students. Designed as a supplemental learning tool, Immune Attack aims to excite students about the subject, while also illuminating general principles and detailed concepts of immunology.

Objetivos do jogo:

You must navigate a nanobot through a 3D environment of blood vessels and connective tissue in an attempt to save an ailing patient by retraining her non-functional immune cells. Along the way, you will learn about the biological processes that enable macrophages and neutrophils – white blood cells – to detect and fight infections.

Trailer:





Para o download da versão integral do jogo, os interessados poderão acessar AQUI. O game é gratuito, porém os autores contam com a boa vontade da comunidade em termos de donativos.

Pessoalmente não verifiquei o game. Gostaria que aqueles que o fizeram se manifestassem aqui.

domingo, 22 de agosto de 2010

Caros membros da SBI:

Hoje, no Hotel Portopia, em Kobe, no Japão, na Assembléia Geral da IUIS (International Union of Immunological Societes) houve a eleição para a próxima diretoria da Sociedade. Temos o prazer de comunicar que o Professor Jorge Kalil foi eleito Vice-Presidente da IUIS.De acordo com o regimento, o Presidente da Sociedade assume, por 3 anos, inicialmente, a função de Vice-Presidente. Assim, o Professor Kalil será Presidente da IUIS no próximo triênio (2013-2016). Na mesma ocasião foram votados os novos membros do próximo Conselho da IUIS e o Professor José Daniel Lopes foi eleito o membro representante da América Latina.
Importante mencionar que esta União de Sociedades congrega 65 Sociedades nacionais e 5 Federações Continentais e controla, administra e define as diretrizes da Imunologia para todo o mundo, além de responsável pelo Congresso Mundial de Imunologia.
É desnecessário enfatizar o que esta conquista significa para a Sociedade Brasileira de Imunologia e para nós imunologistas do Brasil. É certo que a SBI, a partir dessa oportunidade, iniciará ações de profundidade em conjunto com a IUIS e a ALAI.
Desejamos boa sorte para os Professores Kalil e Daniel Lopes e uma excelente gestão frente a IUIS. Nós imunologistas brasileiros, honrados, colocamo-nos à vossa disposição para o trabalho que se fizer necessário.

João Santana Silva

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Pesquisadores alemães propõem nova função para os imunoproteassomas

Desconfiados de que os imunoproteassomas (i-proteassomas) não têm a função apenas de otimizar o processamento e apresentação de antígenos para MHC classe I, Ulrike Seifert e colaboradores estudaram em detalhe a degradação protéica após estresse oxidativo induzido por interferon-g e concluíram que tal complexa maquinaria previne o acúmulo de agregados protéicos durante a inflamação. Com isso, os pesquisadores propuseram uma nova função fisiológica para os i-proteassomas: “proteção celular para preservar a viabilidade celular contra dano oxidativo induzido por citocinas”. O trabalho foi publicado ontem na Cell.


Os principais destaques do artigo foram:
- Interferons disparam a produção de espécies reativas de oxigênio e a formação de proteínas oxidadas danificadas;
- Células deficientes em i-proteassoma acumulam proteínas oxidadas danificadas;
- Aumento da atividade proteolítica do i-proteassoma leva à eliminação de agregados protéicos;
- i-proteassomos previnem dano celular e apoptose em modelos murinos de inflamação: EAE (experimental autoimmune encephalomyelitis) e inflamação induzida por LPS.

Sjoerd van Deventer e Jacques Neefjes, que fizeram referência ao artigo no mesmo volume da Cell, agora querem saber como o i-proteassoma está envolvido em patologias humanas.

Referência:
Seifert, U., Bialy, L.P., Ebstein, F., Bech-Otschir, B., Voigt, A., Schröter, F., Prozorovski, T., Lange, N., Steffen, J., and Rieger, M., et al. (2010) Cell 142, 613–624.

SBI na rede de Agosto



Saiu o SBI na Rede de Agosto. Clique aqui e confira.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Doença de Parkinson e resposta inflamatória

A inflamação continua a estender os seus mecanismos a áreas pouco prováveis. Um artigo recentemente publicado na Nature GeneticsCommon genetic variation in the HLA region is associated with late-onset sporadic Parkinson's disease” (doi:10.1038/ng.642) amplia os achados anteriores ao mostrar o envolvimento do HLA na Doença de Parkinson e mostra que áreas envolvidas na resposta inflamatória se relacionam com o Parkinson de instalação tardia.
A Doença de Parkinson se caracteriza por um comprometimento progressivo do movimento devido a disfunção dos neuronios secretores de dopamina. A Doença afeta os núcleos da base que controlam a transmissão dos comandos conscientes e motores do córtex cerebral para os músculos e leva a disfunções cognitiva e motora. 
A Doença de Parkinson de instalação precoce já foi associada com mutações em diversos gens. Contudo a Doença de instalação tardia era considerada como influenciada por fatores ambientais e com susceptibilidade genética, mas sem um componente genético conhecido.
É interessante salientar que o risco de desenvolvimento da Doença de Parkinson tem uma associação inversa com o tabagismo, o uso de café -com cafeína e com o uso de anti-inflamatórios não-esteroidais.
O estudo envolveu a realização de uma associação genome-wide de 2.000 pacientes com Doença de Parkinson e de 1.986 controles e 811.597 SNPs totais. Os resultados confirmaram algumas associações já mostradas anteriormente e identificaram uma associação nova com o HLA. Esta associação foi uniforme em todos os estratos de risco e genéticos estudados e foi mais forte em rs3129882, uma variante não codificante no HLA-DRA. Dois estudos anteriores já haviam sugerido que rs3129882 influencia a expressão de HLA-DR e HLA-DQ. Além disto, já foi também demonstrado que o cérebro de indivíduos com Parkinson têm aumento da expressão de antígenos DR e mostram micróglia reaiva a DR. Tudo isto reforça que a associação com o HLA dá suporte ao envolvimento do sistema imune na Doença de Parkinson.
We uncovered a new genetic association with Parkinson's disease in the HLA region (chromosome 6p21.3), which we designated PARK18. The variant most strongly associated with disease was rs3129882 in intron 1 of HLA-DRA. This association was genome-wide significant even after adjusting for the four covariates (sex, age, PC1 and PC2; P = 2.9 × 10−8;...). One hundred and seven HLA SNPs reached P < 10−3 for association with Parkinson's disease. We replicated the association of rs3129882 in two independent datasets (meta-analysis odds ratio (OR) = 1.26, meta-analysis P = 1.9 × 10−10;). The risk allele was the same in all datasets and was in Hardy-Weinberg equilibrium (HWE) in cases and in controls, which, in addition to the visual inspection of intensity plots, supports our belief that there were no major problems with our genotyping. Stratified analysis by family history, age at disease onset, gender and environmental exposures revealed ubiquitous associations across strata, and tests of heterogeneity across strata were not significant.”
A ilustração acima do texto é uma figura do artigo discutido, a ilustração adicional é um esquema dos mecanismos da Doença de Parkinson. 

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Narcolepsia e Imunologia?


A narcolepsia é um distúrbio do sono caracterizado por sonolência diurna excessiva, cataplexia e anormalidades do sono REM. Os pacientes apresentam, durante o dia, episódios incontroláveis e recorrentes de sonolência que podem durar de 15 minutos a 1 hora. A cataplexia consiste em uma atonia muscular súbita em que o indivíduo, apesar de consciente, não é capaz de se mover ou mesmo falar. Os ataques de cataplexia são geralmente breves e desencadeados por uma reação emocional forte, como medo ou raiva.
O distúrbio parece ser causado por uma drástica redução de neurônios hipotalâmicos que produzem um neuropeptídeo chamado hipocretina (orexina).
Mas qual seria a relação entre narcolepsia e imunologia? Surpreendentemente, já havia sido demonstrado que há uma associação muito forte entre a ocorrência deste distúrbio e determinados genes que codificam moléculas do HLA. Em especial, verificou-se que cerca de 95% dos pacientes acometidos por narcolepsia com cataplexia carregam o alelo HLA-DQB1*0602. A partir daí surgiram os primeiros indícios de que uma resposta autoimune poderia estar por trás da redução dos tais neurônios hipotalâmicos. Contudo, apesar de alguns esforços, ainda não havia pistas de eventuais alvos desta resposta autoimune. Recentemente a hipótese de que a narcolepsia é mesmo uma doença autoimune ganhou nova força. Descobriu-se que alguns pacientes com narcolepsia possuem altos títulos de anticorpos específicos para Trib2 (Tribbles homolog 2), o qual já havia sido identificado como autoantígeno em uveíte autoimune. Curiosamente, os neurônios hipotalâmicos que produzem hipocretina expressam também Trib2 de maneira abundante. Por fim, as análises demonstraram que os anticorpos específicos para Trib2 presentes no soro dos pacientes com narcolepsia eram capazes de reconhecer cerca de 86% dos neurônios positivos para hipocretina no hipotálamo de camundongos.
Narcolepsia como doença autoimune, alguém já tinha imaginado algo assim?

Referência:

Cvetkovic-Lopes, V. et al. Elevated Tribbles homolog 2 specific antibody levels in narcolepsy patients. J. Clin. Invest. 120, 713–719 (2010).

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Neutrófilos apoptóticos e fenótipo regulador de macrófagos


Post de Valéria Borges
A interação de neutrófilos e macrófagos define eventos chave da resposta imune inata durante a infecção por diferentes patógenos. Os mecanismos deflagrados pelo reconhecimento e fagocitose de neutrófilos apoptóticos por macrófagos infectados por parasitas do gênero Leishmania tem sido tema de vários artigos do grupo liderado por Dr George Alexandre dos Reis (IBCCF,UFRJ) (1). A interação de neutrófilos apoptóticos com os macrófagos leva a uma resposta dependente do “background” genético do hospedeiro que irá determinar a morte ou sobrevivência da Leishmania.
Por outro lado, sabe-se que a resposta funcional de macrófagos aos estímulos do ambiente leva a uma diferenciação em sub-populações com fenótipo denominado M1 ativados classicamente ou M2a ativados alternativamente. Uma terceira população denominada de macrófagos regulatórios ou M2b expressam um fenótipo  IL-12lowIL-10high que esta associado a supressão da resposta inflamatória e induz uma diferenciação do tipo Th2. 
Recente publicação do grupo, no Journal of Immunology (“Proinflammatory Clearance of Apoptotic Neutrophils Induces an IL-12lowIL-10high Regulatory Phenotype in Macrophages”) (2), teve como objetivo investigar o fenótipo de macrófagos induzido pela fagocitose de neutrófilos apoptóticos e se essa mudança de perfil é estável após a subseqüente reestimulação com LPS, bem como suas implicações na infecção por Leishmania major.
Dentre os principais achados, os autores mostram que macrófagos derivados de medula óssea, previamente estimulados pela fagocitose de neutrófilos pró-inflamatórios de camundongos C57BL/6, mas não neutrófilos de BALB/c, expressam um fenótipo regulatório/M2b caracterizado por uma baixa produção de IL-12 com alta produção de IL-10, altos níveis de secreção de TNF e óxido nítrico. A indução de macrófagos regulatórios do tipo M2b induziu resposta de linfócitos do tipo Th2 e esteve associada a atividade da enzima elastase neutrofílica, sendo parcialmente dependente da sinalização por TLR4. Todo esse ambiente permissivo favorece a replicação intracelular de L. major em células infectadas.
Os resultados obtidos nesse estudo sugerem que a fagocitose de neutrófilos apoptóticos além de ser importante no processo de resolução da inflamação pode direcionar a diferenciação de macrófagos para um fenótipo regulatório, contribuindo para uma resposta humoral aumentada e persistência do parasita na célula hospedeira. 
Referências:
1. Ribeiro-Gomes FL, Silva MT, Dosreis GA. Neutrophils, apoptosis and phagocytic clearance: an innate sequence of cellular responses regulating intramacrophagic parasite infections. Parasitology. 2006;132 Suppl:S61-68.
2. Filardy AA, Pires DR, Nunes MP, Takiya CM, Freire-de-Lima CG, Ribeiro-Gomes FL, Dosreis GA. Proinflammatory Clearance of Apoptotic Neutrophils Induces an IL-12lowIL-10high Regulatory Phenotype in Macrophages. J Immunol. 2010 Aug 15;185(4):2044-2050.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Gravidez e câncer: processos similares da biologia humana.


Post por Bernardo Sgarbi Reis

Células cancerígenas utilizam de diversos mecanismos para escapar apoptose e migrar através de estruturas normais enquanto evadem a resposta imune do hospedeiro. No entanto, esses mecanismos não são completamente entendidos. Um modelo interessante para melhor entender como células malígnas podem proliferar e metastatizar sem serem detectadas pelo sistema imune do hospedeiro é a gravidez humana, no qual a placenta invade o útero e o semi-alogênico feto escapa uma rejeição pelo sistema imune materno. Diversas propriedades imunomodulatórias na interface feto-materna (placenta) têm evoluído para permitir a sobrevivência do feto durante a gestação. As similaridades entre os mecanismos envolvidos no desenvolvimento do câncer e da placenta são intrigantes e sugerem um padrão comum.

Assim como células tumorais, células do trofoblasto possuem uma alta capacidade proliferativa e exibem características moleculares comuns às encontradas em células cancerígenas com divisão rápida. Um exemplo é o aumento de atividade da telomerase, tipicamente observada durante o desenvolvimento da placenta e também na maioria dos cânceres humanos. Além de características proliferativas e invasivas similares, células do trofoblasto e células cancerígenas modulam ativamente a resposta imune do hospedeiro. A célula imune mais abundante na interface feto-materna é a células NK uterina (uNK). Células uNK são distintas das células NK da periferia por não expressar CD16, o receptor FcR*IIIA, responsável pela citotoxidade dependente de anticorpos, possivelmente pelos altos níveis de TGF-beta encontrados no microambiente placentário. Também ao contrário das células NK periféricas, uNK possuem características mais imunomodulatórias ao invés de citotóxicas, secretando galectina 1 o qual induz células dendríticas tolerogênicas. Células NK CD16 negativas também foram caraterizadas no infiltrado tumoral e apresentam comportamento similares à uNK.

Células T reguladoras (Treg) também participam do processo de tolerância observado tanto na gravidez quanto no câncer. Durante a gravidez, a população de células Treg é expandida tanto na região placentária quanto na periferia. Essa expansão é antígeno específica e induzida por aloantígenos feto-paternos. Treg também são expandidas durante o câncer e estão implicadas em promover supressão da imunidade anti-tumoral e aumento da densidade de vasos no tumor, sugerindo uma importante correlação entre imunidade e angiogênese. Acredita-se que a ativação e proliferação de Treg em pacientes com câncer seja também antígeno específica.

As similaridades encontradas entre os processos de gravidez e câncer tornam o modelo de desenvolvimento da placenta importante para o estudo do câncer. Uma melhor compreensão dos processos biológicos envolvidos no desenvolvimento da placenta e principalmente dos mecanismos imunomodulatórios ativados durante a gestação poderiam trazer novos e importantes conhecimentos para a biologia do câncer. Será o câncer uma célula somática grávida?

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

II ENCONTRO CATARINENSE DE MEDICINA TROPICAL




A interação continuada entre a academia, setores públicos de saúde e setores produtivos de insumos biotecnológicos será de fundamental importância para o controle de doenças negligenciáveis em nosso meio.

A Regional Santa Catarina da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical promoveu e realizou em 2005 o XLI Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e I Encontro de Medicina Tropical do Cone Sul , que reuniu cerca de 3.000 participantes em Florianópolis.

Em 2007, com a colaboração da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) da Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina, foi realizada uma reunião regional, da qual participaram representantes dos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul. O I Encontro Catarinense de Medicina Tropical Joaquim Alves Ferreira Neto reuniu 280 congressistas, entre professores, administradores federais, estaduais e municipais de saúde e estudantes.

O sucesso da reunião, confirmado pela rotina de colaboração que se estabeleceu entre universidades e serviços de saúde, levou-nos a programar o II Encontro Catarinense de Medicina Tropical Joaquim Alves Ferreira Neto a ser realizado no Hotel Cambirela em Florianópolis, no período de 11 a 13 de Agosto de 2010, onde também será comemorado os 100 anos da descoberta da doença de Chagas. Os temas da programação foram propostos em conjunto por pesquisadores e por administradores da área de saúde, dentre aqueles de maior importância e atualidade regionais.

Objetiva-se proporcionar o encontro de profissionais e estudantes para atualização e debate de temas de interesse da saúde das populações, de âmbito regional, principalmente, e nacional, por meio de conferências e mesas redondas.

Postado pela comissão organizadora do evento. http://www.proto.ufsc.br/sbmt/index.htm

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Tregs Foxp3+: Cada vez mais especializadas no controle dos processos inflamatórios

Neste ano, completam-se 15 anos de intensos estudos em torno das nossas queridas células T reguladoras. Desde a primeira caracterização das Tregs naturais, por Sakaguchi em 1995 (Sakaguchi et al., 1995), passando pelo estudo de diversos outros fenótipos de células T com atividade reguladora (ex: Tr1, iTreg, Th3, etc), muito aprendemos sobre os possíveis modos de ação dessas populações celulares no controle de processos inflamatórios.


Desde a descoberta do Fator de Transcrição Foxp3 em 2003 (Fontenot et al., 2003; Hori et al., 2003; Khattri et al., 2003), como imprescindível para a função reguladora de Tregs, estudos cada vez mais elegantes vêm nos mostrando o papel dessas células no controle da resposta imune. Como já relatado na literatura, a perda da expressão de Foxp3 leva ao desenvolvimento de uma resposta autoimune patológica generalizada com o acometimento de diversos órgãos e uma produção intensa de citocinas “cytokine storm”.


Ao longo dos anos, vários mecanismos de ação para as células Treg Foxp3+ foram propostos, como o consumo de IL-2 que limitaria a resposta efetora de células T, mecanismos contato dependentes como a troca de cAMP entre células Treg e efetoras (Bopp et al., 2007), outros dependentes da liberação de citocinas como TGF-β, IL-10 e, mais recentemente, IL-35 (Collison et al., 2007) e, ainda, associados à expressão de moléculas de superfície como CTLA-4 que reduz a expressão de moléculas coestimuladoras em células dendríticas. Apesar de todos esses mecanismos e diversos não citados, uma grande pergunta que ficava era: As Tregs possuem um mecanismo geral de supressão da resposta imune ou elas atuam de forma específica em diferentes contextos inflamatórios? E se for específica, como as Tregs podem discriminar cada contexto e atuar efetivamente?


Recentemente, alguns trabalhos vêm trazendo uma luz para clarear essas perguntas. Em trabalho publicado na Science por Chaudhry e colaboradores, no final de 2009 (Chaudhry et al., 2009), foi mostrado que em camundongos onde as Tregs foram submetidas à perda específica do fator de transcrição, STAT3, importante no desenvolvimento de células Th17 patogênicas, houve um desenvolvimento exacerbado somente de células Th17, com uma maior produção de IL-17 e IL-22, culminando no desenvolvimento de IBD (inflammatory bowel disease). Enquanto isso, a produção de citocinas associadas com os fenótipos Th1 e Th2 permaneceu inalterada. Outra observação interessante foi que as Tregs sem STAT3 perderam a capacidade de expressar CCR6, importante receptor para a migração de células Th17 para sítios inflamatórios.


Todos esses dados indicam que as Tregs para exercer seu papel supressor precisam expressar o fator de transcrição da célula efetora que vai ser suprimida. Outros trabalhos mostraram situações similares no controle de respostas Th1 e Th2, onde a expressão dos fatores de transcrição T-bet e IRF4 foi requerida para a supressão dessas respostas, respectivamente (Koch et al., 2009; Zheng et al., 2009).

Perguntas em aberto
Frente a esses achados podemos levantar algumas questões:


Como a expressão de fatores de transcrição de células efetoras contribui para o controle específico das respostas inflamatórias?

Será que a expressão desses fatores leva as Tregs a se “fingir” de células efetoras, expressando os mesmos receptores para citocinas e quimiocinas, tornando-se assim, competidoras pelos sinais inflamatórios, o que levaria ao controle da ativação de novas células efetoras?


Ou seriam os fatores de transcrição necessários somente para induzir receptores de quimiocinas que direcionariam o “homing” dessas células, favorecendo a interação entre Tregs e células efetoras?


Você tem outras questões a levantar?

Cada vez que nos aprofundamos no conhecimento, percebemos que ainda há muito trabalho a ser feito para desvendarmos a complexidade do controle da resposta imune pelas Tregs. Creio que temos levar uma mensagem importante. Com esse nível de especificidade do controle da resposta imune, mediado pelas Tregs, podemos, cada vez mais, pensar em propostas terapêuticas de supressão de respostas inflamatórias específicas - como em processos autoimunes e no transplante – por meio de intervenções nos fatores de transcrição expressos pelas Tregs, não induzindo imunossupressão generalizada.


O caminho ainda é longo, mas a luz no fim do túnel está cada vez mais forte!!!


Por Hernandez Moura Silva (Doutorando)
Laboratório de Imunologia – InCor
Programa de Alergia e Imunopatologia - FMUSP




quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Sobremesa, vitaminas e sistema imune

Uberlândia (Parabéns aos estudantes pelo seu dia!) - Recentemente, estava navegando na internet e me deparei com uma deliciosa receita de sobremesa, com bananas grelhadas e calda de limão. Contudo, o que mais me chamou a atenção foi o texto relacionado a receita – esta sobremesa seria benéfica ao sistema imune, principalmente por conter a vitamina B5.

Fiquei intrigado pelo tema e resolvi procurar algumas informações relacionadas. Resumidamente, encontrei em minha breve busca que a vitamina B5 (ácido pantotênico) é essencial para a formação da Coenzima A que, conjugado a um grupo acetil (Acetil-CoA), tem a propriedade de aumentar os níveis intracelulares de glutationa, que por sua vez protege as células do estresse oxidativo. Também vincula-se a coenzima A a produção de anticorpos.

Essa leitura me deixou a impressão que os imunologistas de países em desenvolvimento deveriam investir mais em estudos relacionados a nutrição e imunidade. Trata-se de uma forma eficaz e acessível de manutenção da sanidade populacional e prevenção de doenças, sendo facilmente revertido para a população por meio de programas educacionais.

E você, caro blogueiro, qual a sua opinião?

PS.: A receita segue abaixo, para aqueles que ficaram curiosos.


Bananas Grelhadas com Calda de Limão
- 115 g de açúcar cristal
- as raspas e o suco de 2 limões
- 100 ml de água
- 4 bananas cortadas em
fatias grossas

Preparo: Coloque metade do açúcar numa panela com água, o suco de limão e as raspas. Deixe ferver, diminua o fogo e apure por 10 minutos, até que encorpe. Disponha as bananas sobre papel-alumínio, polvilhe-as com o resto do açúcar e grelhe, virando-as de vez em quando, até dourarem e ficarem tenras. Cubra com a calda e sirva. Rende 2 porções.

Fontes:

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Levantamento inicial e incompleto dos camundongos existentes no Brasil

Caros amigos,

Todos que algum dia fizemos uma importação de camundongos sabemos das dificuldades hercúleas de vencer a burocracia. Acredito que seja fundamental termos o conhecimento dos animais já existentes nos biotérios de nossas instituições e no futuro termos um banco de embriões. Aqui vai uma primeira lista de camundongos existentes na USP-SP, UFRJ e FIOCRUZ-RJ. Assim que eu tiver mais informações incluirei nesta lista. Conto com a participação de todos para completarmos este levantamento.

Linhagens na USP

1. Balb/c
2. C57Bl/6
3. A/Sn (I. Butantã/Biotério Central)
4. A/J
5. CBA/J
6. C3H/HeJ
7. C3H/HePas
8. DBA/2 (Biotério-Depto.de Parasitologia/ICB)
9. NZW
10. NZB(Dr. Osvaldo Santana/I. Butantã)
11. B10.A
12. 129/J
13. Balb.xid (Unifesp /CEDEME)
14. Balb/c nude
15. C57Bl/6 nude
16. B10RIII
17. 129SvWT
18. Balb/c IL – 4 KO
19. Balb/c DO11 KO
20. C57Bl/6 IL – 4 KO
21. C57Bl/6 IL – 10 KO
22. C57Bl/6 IL – 12 KO
23. C57Bl/6 INFG KO
24. C57Bl/6 INOS KO
25. C57Bl/6 CD4 KO
26. C57Bl/6 CD8 KO
27. C57Bl/6 CD28 KO
28. Balb/c scid
29. C57Bl/6 scid
30. B6IL10IL12 (duplo KO)
31. B6IL12INFg (duplo KO)
32. 129SvPKR KO
33. 129SvABR KO
34. 129Sv IRF KO
35. 129 Sv GR KO
36. C57Bl/6 IFNg-r
37. C567Bl/6 CD14 KO
38. C57Bl/10 ScCr KO
39. C57Bl/6 TLR2 KO
40. C57Bl/6 MYD88 KO
41. C57Bl/6 CD1
42. RAG1 -/-
43. XPC (Microbiologia/ICB/USP/Prof.Menck)
44. XPA (Microbiologia/ICB/USP/Prof.Menck)
45. TLR-4
46. 129SvE
47. APO E
48. ALOX 5
49. mg Δ neolox P (Profa. Lygia Pereira-IB/USP)
50. FVB-GFP (Profa. Mariz Vainzof-IB/USP)


Linhagens na UFRJ
1. Balb/c
2. C57Bl/6
3. 129/Sv
4. Mif KO Balb/c
5. Mif KO C57Bl/6
6. Tlr2 KO C57Bl/6
7. Tlr4 KO C57Bl/6
8. IFN RI 129/Sv
9. CCCR2 KO C57Bl/6
10. CCR4 KO C57Bl/6
11. 5LO KO 129/Sv


Linhagens na FIOCRUZ-RJ
1. NIH
2. Swiss Webster
3. BALB/cAn
4. BALB/c An -BM
5. BP2
6. CBA
7. C3H/He
8. C3H/HeJ
9. C57BL/6
10. C57BL/10
11. DBA/1
12. DBA/2
13. NOD
14. 129S2/SvPas
15. 129S6/SvEv
16. NZB
17. NZW
18. SJL
19. B6D2F1
20. WBB6F1/J-KitWKitW-v
21. NZBWF1/J
22. B6.129
23. CWE
24. B6.SJL-Ptprca
25. B6.129-Pfp
26. B6.129P2-Ccr5
27. B6.129P2-Tnfrs1a
28. B6.129 - Cd28
29. B6.129 - P2 -Ccl3
30. B6.129 P2 Il10
31. B6.129P2-Nos2
32. B6.129 S1 -Il12b
33. B6.129 - Cd8a
34. B6.129S2-Lgals 3
35. B6.129S7 -Ifng
36. B6.129S7 -Prpn
37. BALB/c - Lgals 3
38. BALB/c - II4
39. 129S2/SvPas-Alox5
40. 129S6/SvEvTac-Was
41. B6.129S5-Ccr4
42. B6.129S6-Cd1
43. B6.129S6-Cd11d
44. B6.129P2-Ccr2
45. B6.129P2-Tlr6
46. B6.129S7-Rag1
47. BALB/c-Anx1
48. BALB/c-Was
49. C.129P2(B6)-Ptafr
50. C.129S4(B6)-Mif
51. C.Cg-Gata1
52. NOD.129S7(B6)-Rag1
53. C.Cg-Tg(DO11.10)10Dlo
54. BALB/c CrSlc -TgN (TNPIgE) 1602 Rin
55. B6.129 -Prpn-TgN(Prpn)a 20 Cwe
56. C57BL/6-TgN(APRIL)3919Mh
57. C57BL/6-TgN(CAG-EGFP)C14-Y01-FM131Osb
58. C57BL/10ScSn-Dmdmdx/J
59. C.B-17-PrkdcScid
60. C.Cg-Foxn1nu