quinta-feira, 15 de abril de 2010

Perguntas de biruta...

Bom dia a todos. Hoje postarei algo um pouco diferente.

Tenho trabalhado há algum tempo com experimentos envolvendo interação microorganismos-células primárias (não de linhagens) e algumas situações corriqueiras no trabalho de laboratório durante estes anos sempre me deixaram com a curiosidade à flor da pele. Gostaria de compartilhar algumas neste blog.

1 - Quais receptores envolvidos na adesão de macrófagos ao plástico? Isto sempre me deixou louco, pois destacar macrófagos (especialmente humanos) de placas, frascos, ou qualquer cumbuca é uma tarefa árdua. Sempre há uma população de células que não destaca, independente da tripsina, do gelo ou o famoso rodinho.

2 - A entrada de parasitas como Leishmania ou Trypanosoma em macrófagos sempre envolve vias dependentes de receptores? É possível haver entrada de patógenos, por exemplo, através de interação direta (e entrada) com a bicamada lipídica? Dados sólidos neste tópico serão bem-vindos.

3 - Após a infecção in vitro de macrófagos (ou outras células) com "parasitos", o acompanhamento da cultura revela que existem poucas células com inúmeros parasitos e outras muitas células que não se encontram infectadas. Apesar do uso de suspensões bem homogeneizadas do inóculum, isso acontece em doses baixas como por exemplo o,1 ou 1 parasito por célula, ou até mesmo doses mais elevadas. Dados sólidos explicando este fenômeno serão bem-vindos. (o germânico prof. Steindel acabou de passar por aqui na minha sala, leu este tópico e me chamou a atenção dizendo que homogêneo é um conceito teórico e em Biologia não existe isso). Ok. Mas ainda sim, não explica o porquê.


Caso você tenha respostas para estas perguntas, favor comentar, opniar, enviar literatura.

Outra coisa: E você? Tem alguma pergunta que te persegue há muito tempo que gostaria de compartilhar?

Abraços, André.

7 comentários:

  1. O que mais me intriga também é a infecção in vitro. Trabalho muito com cultura de células e realmente é intrigante a infecção especialmente onde as células foram infectadas com baixas proporções (1:1), e o fenômeno visualizado não é correspondente ao inóculo utilizado...infelizmente, não tenho uma teoria para tal ou um dado sólido para comprovação do mesmo, mas gostaria de trocar informações sobre o conteúdo em questão.Att. Elyara- Ribeirão Preto

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Ótimo post Andre!
    Independente dessas perguntas específicas, essa curiosidade natural de questionar o que você não está diretamente investigando gerou grandes descobertas cientificas. Vale enfatizar para os alunos a importância da observação e curiosidade durante o processo de investigação cientifica.

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  4. Não tenho as respostas para essas questões, mas tenho uma pergunta. Por quê quando infecto cells com T. cruzi, eles sempre ficam aglomerados na borda da placa?

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. GK: você já notou se a maior parte das células (ou grumos) está na borda? O movimento das placas no processo de plaqueamento, incubação, etc (influenciando a força centrífuga) facilita que as células se acumulem mais nas bordas. Isso poderia facilitar uma maior concentração de parasitos nas bordas.

    Ou...

    Os T. cruzi estão tentando pular as paredes para escapar da prisão :)))

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  7. E se: A maioria dos receptores macrofágicos (entre eles os resposaveis pela captura/uptake dos parasitos)estiverem focalizados nos pontos de contato entre o macrófago e o plastico.....

    Vc já tentou cultivar esses macrófagos em suspensão e verificar a taxa e a densidade de infecção.....

    Abraço
    Julio Lorenzi - Doutorando Genética FMRP

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